Biblioteca digital, uma urgência | V Seminário de Bibliotecas de Santo Tirso
Jorge Borges
Outubro 07, 2021
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Outubro 07, 2021
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Julho 29, 2021
Autores: Thiago Baesso Procaci | Sean Wolfgand Matsui Siqueira | Bernardo Pereira Nunes
Muitos de nós descrevemo-nos com termos que moldam a nossa identidade. É comum ouvir pessoas dizer “eu sou músico”, e esse comportamento confere à pessoa uma sensação de pertença a algum grupo. Outros preferem descrever-se através das suas características ou estilo de vida, tais como extrovertido, vegetariano, inteligente, e cada classificação equivale a algo peculiar de cada indivíduo.
Vivemos no mundo líquido, de incertezas, e, pela primeira vez, temos dificuldades em saber o que ensinar às futuras gerações. Tudo muda rapidamente e as informações tornam-se obsoletas a uma velocidade impressionante. O que ensinar? Sabemos quais serão as profissões necessárias nos próximos 30 anos? Não temos a resposta. Por isso, talvez seja o momento de nos descrevermos mais frequentemente como “eternos aprendizes”.
Abraçar a ideia de aprender para sempre pode soar estranho, pois quebra o conceito da aprendizagem tradicional, centrada no professor, cuja presença materializava a ideia do aprender. Seria ótimo ter sempre um bom professor ao lado fazendo a mediação entre o aluno e o conhecimento, não é? Entretanto, aprender ao longo da vida também implica a ausência de tutores em muitos momentos, caracterizando um estilo de aprendizagem mais informal.
Assim, como avalio a minha trajetória de aprendizagem ao longo da vida? Como sei se aprendi? Nesse sentido, os ambientes pessoais de aprendizagem surgem para endereçar tais questões.
Se está interessado, convidamo-lo a apreciar a leitura deste capítulo. ...
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Julho 04, 2021
O último ano tem sido pródigo em anúncio de medidas de consolidação e recuperação de aprendizagens e capacitação de professores.
Neste momento, milhares de professores por todo o país estão a frequentar ações de formação, no âmbito do Plano de Transição Digital na Educação.
Sabemos, contudo, com base em relatórios, estudos e saber empírico, que estas medidas pouco impacto terão no sucesso das aprendizagens dos alunos se não houver uma vontade forte de mudança:
O lançamento do Plano 21|23 Escola+ poderá ser a oportunidade para:
O Plano 21|23 Escola+ está estruturado em três eixos - Ensinar e Aprender / Apoiar as Comunidades Educativas / Conhecer e Avaliar - e vários domínios com propostas de ações que visam apresentar caminhos em várias áreas de aprendizagem.
Algumas destas propostas podem ser o ponto de partida para ações a implementar em cada escola, mas não podem ser vistas como uma receita, isto é, têm de ser adequadas à realidade específica de cada escola e apropriadas, sentidas como suas, pelos professores.
E são estes profissionais - os professores - que fazem a diferença na escola.
Para eles deixamos uma sugestão sobre a aprendizagem ao longo da vida, da autoria de John Spencer, para que continuem, de forma autónoma, a apostar no seu desenvolvimento profissional contínuo, o que implica dominar os processos de curadoria digital.
A este propósito vale a pena ler a entrevista a António da Nóvoa, António Nóvoa: aprendizagem precisa considerar o sentir | Reitor honorário da Universidade de Lisboa alerta que a escola não deve voltar ao que era antes, mas corre o risco de ficar ainda pior se a ênfase na tecnologia e personalização substituir o sentir e o fazer comum
Junho 03, 2021
O desenvolvimento profissional contínuo é um dos domínios das competências digitais dos professores preconizado no DigCompEdu. Contudo, não foi necessário o plano de transição digital para que os educadores procurassem atualizar-se nem para que os Centros de Formação de Associação de Escolas oferecessem propostas de formação que respondessem às necessidade da sua comunidade.
Os exemplos que o Biblio Tubers deixa hoje chegam-nos do Centro de Formação "Os Templários", em Tomar, e decorrem da apresentação dos trabalhos da oficina de formação intitulada Novos cenários educativos com apps, jogos e dispositivos móveis nas disciplinas de línguas (oficina de 25h) que decorreu online.
Dois pressupostos balizam os cenários de aprendizagem criados e aqui apresentados:
Ao longo da formação foram criadas situações de utilização contextualizada de ferramentas digitais - voki, padlet, coggle, anchor, screencastify, kahoot, edpuzzle,... - e apresentadas metodologias de aprendizagem ativas - trabalho de projeto, resolução de problemas, gamificação - e abordados modelos de aprendizagem híbridos, nomeadamente o da sala de aula invertida.
Foi a procura por saber mais sobre cada um destes métodos e da sua adequação ao contexto profissional de cada um que surgiram estes cenários de aprendizagem que assentam em quatro princípios fundamentais:
Deixam-se aqui dois exemplos do excelente trabalho que é feito pelos professores.
Cenário de aprendizagem para o 8.º ano para a disciplina de Francês, da autoria de Adélia Ribeiro, Angelina Macedo, Graça Gonçalves e Susana Santos.
Cenário de aprendizagem para o 7.º ano para a disciplina de Português, da autoria de Ana Ludovino, Célia Neto, Isabel Branco e Janina Gameiro.
Consulte aqui outras propostas criadas por professores em contexto formativo:
Maio 09, 2021
Os últimos meses foram pródigos na identificação de problemas e na apresentação de inúmeras soluções, para fazer face às aprendizagens que os alunos portugueses terão perdido ao longo do ano letivo.
Pede-se aos diretores que façam o levantamento das aprendizagens por realizar, aos professores que façam o pino e que ensinem em dois meses o que os alunos não aprenderam durante um ano, e criam-se relatórios, planos, estratégias nacionais. Mas raramente se tem em conta o centro do problema - a aprendizagem - e que este problema só pode ser resolvido por quem está no terreno - os professores.
Photo by Sven Fischer on Unsplash
A comunidade científica, os organismos estatais e os influenciadores da área da educação teimam em querer apresentar soluções milagrosas, agora com recurso à tecnologia digital e lá aparece uma multiplicidade de ferramentas e respetivas propostas de trabalho que nunca poderão ser bem sucedidas porque os alunos não se identificam com "esse fazer".
O mundo dos nossos alunos é o mundo do imediatismo, jamais conseguiremos que eles sigam pontinhos numa imagem que abrem textos e powerpoints extensos que não irão ler. Este é o risco da tecnologia pela tecnologia. Subjugar o conteúdo à ferramenta, que, aliás, rapidamente ficará obsoleta. Sejamos francos, os alunos aprendem, se consultarem ou lerem estas propostas?
Os professores têm de recentrar a sua ação para que os alunos dominem quatro competências essenciais:
Para que estas competências contribuam para o sucesso educativo dos alunos é importante que os professores:
- Promovam práticas de metacognição, que levem os alunos a refletir sobre o seu percurso de aprendizagem - as dificuldades encontradas, a forma de as superar e as aprendizagens realizadas.
- Favoreçam a aprendizagem social, pois, ao promoverem o trabalho colaborativo entre os alunos, tal como defende Vygotsky (Zona de Desenvolvimento Proximal), este tipo de trabalho permite-lhes compreender, reconhecer erros, encontrar respostas, aceitar pontos de vista, discutir ideias, comunicar.
- Apontem caminhos para que os alunos possam transferir o conhecimento adquirido para novos contextos, condição essencial para que se criem verdadeiras aprendizagens. Só assim, de acordo com a teoria da aprendizagem, os alunos alcançam maturidade intelectual.
Uma nota final. A emergência das metodologias ativas tem como foco o trabalho do aluno, isto é, que seja ele a construir a sua própria aprendizagem. O professor não implementa uma metodologia ativa quando cria um recurso que apenas passa pela leitura ou consulta do aluno, por muito digital que seja este recurso. O foco continua a estar no professor e não no aluno.
Recentremo-nos naquilo que interessa. A aprendizagem.
Março 28, 2021
Não haverá ninguém que não tenha ouvido falar no plano de transição digital das escolas. E com ele vieram novas siglas e vários neologismos. Vejamos:
Como se articulam estes documentos orientadores e o que se espera que os professores façam?
Vejamos em forma de cronologia (pode haver ligeiras discrepâncias de datas ao nível de formação):
- Fevereiro/março 2021 - os professores responderam ao Check-In e, tendo em conta o quadro de referência DigCompEdu, ficaram situados num determinado nível de proficiência de acordo com a sua competência digital.
- Março 2021 - formação das equipas designadas por cada agrupamento/escola que serão responsáveis pela elaboração do PADDE.
- Março a junho 2021 - as equipas responsáveis pelo PADDE de cada escola irão parametrizar a ferramenta SELFIE para fazer o diagnóstico da competência digital da escola e, com base nos resultados obtidos, criar o plano de ação.
- Abril/maio 2021 - Início da formação a nível nacional para todos os docentes, organizada em 3 níveis de proficiência, de acordo com DigCompEdu (vd. página 29):
- Setembro 2021 - Início da implementação do PADDE que deverá ser aplicado até ao final do ano letivo de 2022-2023. Está organizado em 7 dimensões, tal como preconizado no referencial DigCompOrg:
As escolas deverão implementar as ações delineadas, com vista à consecução dos objetivos e metas definidos.
Uma nota final para a necessidade de envolver toda a comunidade escolar neste processo, que se quer simples e assente em metas exequíveis e adequadas ao projeto educativo de cada escola.
Fevereiro 09, 2021
Princípios para o uso acertado da tecnologia:
No seguimento do último post (Para otimizar o ensino a distância | Conselhos práticos e recursos de apoio E@D) deixamos aqui as sugestões do Biblio Tubers, em termos de ferramentas a usar, para cada uma das fases do Ensino a Distância:
Estes princípios facilitam o trabalho dos professores e dos alunos. A tecnologia é usada de forma (mais) transparente, o que faz com que alunos e professores se possam focar naquilo que realmente interessa, a aprendizagem.
Janeiro 29, 2021
O ensino a distância assenta na utilização da tecnologia, mas não pode descurar os elementos que dão corpo a qualquer situação educativa - a pedagogia, que neste contexto deve assentar em metodologias ativas e as relações que se estabelecem entre aluno/ professor e aluno/alunos.
Contudo, como o Biblio Tubers costuma dizer, não se podem transpor para o ensino online as práticas do ensino presencial.
Deixamos, por isso, alguns conselhos práticos e recursos de apoio que poderão contribuir para otimizar o ensino a distância.
- Selecione as aprendizagens essenciais verdadeiramente importantes para o sucesso da aprendizagem dos alunos.
- Defina objetivos de aprendizagem claros e exequíveis. Deverá dar a conhecê-los aos alunos.
- Faça a curadoria de recursos, tendo por base o perfil dos seus alunos e os objetivos de aprendizagem. Para isso, deverá seguir o processo de curadoria:
- Integre os recursos selecionados, diversificando-os no formato (podcasts, vídeos, tutoriais, links para sites, animações, mapas de conceitos, exercícios...) numa proposta de trabalho coerente - cenário de aprendizagem - que mobilize a ação do aluno a 3 níveis (Dunlap e Sands, 2007):
- Integre, neste desenho de cenário de aprendizagem, diferentes:
- Conjugue momentos síncronos (devem ser de curta duração e privilegiar a interação com os alunos) e assíncronos.
- Disponibilize o cenário de aprendizagem que criou na plataforma LMS (Moodle, Google Classroom, Teams ou outra) da sua escola. Para facilitar e orientar o trabalho dos alunos, defina a duração das atividades e as metas que os alunos devem alcançar.
Conselhos práticos e recursos
- Assegure-se que todos os alunos têm acesso à plataforma e aos recursos que preparou.
- Utilize a vídeoconferência para explicar de forma clara as tarefas que os alunos vão realizar, as aprendizagens que devem efetuar e a forma como vão ser avaliados.
- Deixe trabalhar os alunos, garantido um canal de comunicação para tirar dúvidas, pedir esclarecimentos e dar feedback sobre as tarefas que vão realizando.
- Promova, no final da aula, um momento de reflexão em grande grupo, onde devem ser ouvidos os alunos (dificuldades encontradas, aprendizagens efetuadas, expetativas...).
Conselhos práticos e recursos
- Clarifique os critérios de avaliação junto dos alunos, assegurando-se de que estes os compreendem.
- Diversifique os instrumentos e momentos de avaliação para assegurar a recolha de evidências e a tomada de decisões.
- Regule o processo de ensino, de forma contínua e sistemática, a partir da análise das evidências recolhidas, para introduzir alterações na sua prática (modalidade de trabalho dos alunos, grau de dificuldade dos recursos apresentados, propostas de trabalho simples / complexas,...).
- Regule o processo de aprendizagem, para assegurar que todos os alunos estão a desenvolver as competências definidas.
- Promova a reflexão dos alunos, levando-os a auto e heteroavaliar os seus desempenhos, a partir dos objetivos de aprendizagem definidos e discutidos atempadamente.
Conselhos práticos e recursos
Janeiro 24, 2021
Apesar de todas as limitações, constrangimentos e desigualdades que o Ensino a Distância (E@D) criou nas nossas escolas, não podemos deixar de afirmar que promoveu práticas inovadoras e mostrou o potencial do espaço digital na educação.
O momento que vivemos atualmente em Portugal, confinados devido a uma pandemia que teima em não nos deixar, e no início de um ambicioso Plano de Transição Digital (PTD) da educação, cria as sinergias para refletirmos atempadamente sobre a necessidade de integrar o ensino híbrido nos Planos de Desenvolvimento Digital (PADD) que as escolas terão de elaborar até ao final do ano letivo.
Relembramos, a este propósito, os artigos que o Biblio Tubers já publicou e que poderão contribuir para uma discussão profícua em torno deste tema.
Para voltarmos ao assunto, trazemos hoje um artigo notável, da revista diàlegs (nov. de 2020), da autoria de Jan Ignacio Pozo.
O autor começa por apontar as fragilidades que foram reveladas com o E@D, nomeadamente formas obsoletas, de ensinar e avaliar, o que aponta para a urgência de habilitar os cidadãos, de uma forma geral, para uma sociedade digital, e os professores para uma mudança de práticas.
O autor refere que estas práticas pedagógicas, mesmo em espaços virtuais, continuam a ser unidirecionais:
Ou seja, foram escassos os espaços de interação e colaboração que os ambientes digitais podem e devem promover, pois "a escola confinada perpetuou os modelos de ensino tradicional em que os docentes geriam todo o fluxo de informação em vez de ajudar os alunos a gerir melhor a sua interação com as tecnologias digitais".
O autor alerta para a necessidade de alterar estas práticas enraízadas, incorporando a cultura digital na escola, pois não podemos fechá-la a a uma realidade que já faz parte da sociedade. Para isto, é necessário "transformar a cultura escolar, pensar em novas formas de ensinar e aprender, em novos projetos educativos, mais abertos e fluídos."
O ensino híbrido - em que se mescla o presencial e o virtual - pode incorporar os PADD, abraçando a tão necessária cultura digital, "não só como uma tecnologia, mas sobretudo como uma forma de nos relacionarmos com os outros e com o conhecimento".
O artigo termina com 10 ideias para renovar as formas de ensinar e aprender numa educação híbrida ou mista.
MAIS...
MENOS...
O Biblio Tubers deixa uma última recomendação a este propósito.
As escolas devem ousar mudar e propor mudanças de fundo, em que os docentes se sintam envolvidos e as boas práticas na área do digital sejam o ponto de partida para uma disseminação que se quer participada. Os PADD devem ser elaborados com ponderação e muita reflexão participada, para que sejam verdadeiros planos de ação que guiam os professores, mostrando para onde ir, mas também como o fazer com segurança, em rede. Claro!
Se preferir, oiça o podcast:
Novembro 25, 2020
O mundo da educação está a mudar. Procura reencontrar o equilíbrio, abalado com a situação pandémica que o atormenta.
Deseja-se que, por uma vez, se deixe que tenda para a simplificação como qualquer outro sistema natural. Para isso a mudança deve ter origem nas escolas, nos professores e não na academia. Deve ser horizontal e não vertical.
O sistema educativo não suporta (mais) ruturas assentes em teorias, novas ou velhas, impostas por académicos ou decisores que não conhecem a Escola e a quem esta não reconhece autoridade.
É tempo da Escola se fazer ouvir e de assumir a mudança, para a sentir como sua e a adotar com naturalidade e responsabilidade. Sem ruturas, mas com mudanças efetivas, constantes - a ritmos diferentes - para não deixar ninguém para trás. É tempo de agir e de ouvir, de dar a voz aos professores, para que estes possam cumprir a sua missão. Ensinar.
Após este preâmbulo, o Biblio Tuber prossegue a sua missão de contribuir para a inovação nas escolas e apresenta uma proposta que, generalizada, poderá beneficiar o desenvolvimento de literacias nos estudantes, num processo natural, contextualizado e facilitador.
Congregado num Estúdio de Literacias, a instalar nas escolas, dar-se-á corpo à criação de espaços onde os alunos poderão, com recurso à tecnologia, desenvolver projetos de trabalho variados, planificados por si e/ ou com os professores de forma a permitir o trabalho autónomo em torno das áreas de competência previstas no Quadro Europeu de Competência Digital para Cidadãos e que se articula com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória:
Literacia de informação e de dados:
Comunicação e colaboração:
Criação de conteúdos:
Segurança:
Resolução de problemas:
Este Estúdio de Literacias poderá ser requisitado de forma autónoma pelos alunos (também o material poderá ser requisitado) ou em articulação com os conselhos de turma para a realização de projetos de turma.
Os alunos devem ter acesso a alguns recursos básicos:
Idealmente, este Estúdio de Literacias deverá estar ligado aos monitores espalhados pela escola de forma a permitir emissões em direto, tendentes a promover uma cultura de escola que favoreça o saber e o conhecimento.
Facilmente, poderão ser feitas emissões de rádio a partir deste Estúdio, para o Agrupamento e zonas populacionais envolventes e mesmo para o Mundo, via Internet.
Terminamos com uma condição para o sucesso deste Estúdio de Literacias. Este é um espaço de cocriação feito com e para os alunos. Assim se formam cidadãos autónomos, capazes de ter Voz num mundo cada vez mais mutável e competitivo.
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