Que recuperação de aprendizagens?
O papel dos professores no sucesso das aprendizagens dos alunos
Julho 04, 2021
O último ano tem sido pródigo em anúncio de medidas de consolidação e recuperação de aprendizagens e capacitação de professores.
Neste momento, milhares de professores por todo o país estão a frequentar ações de formação, no âmbito do Plano de Transição Digital na Educação.
Sabemos, contudo, com base em relatórios, estudos e saber empírico, que estas medidas pouco impacto terão no sucesso das aprendizagens dos alunos se não houver uma vontade forte de mudança:
- das escolas, como organizações que devem liderar de forma concertada a mudança, ouvindo e envolvendo todos os atores educativos;
- dos professores, como especialistas da sua área de ensino que devem manter-se atualizados e, de forma resiliente, esclarecida e fundamentada, devem implementar pequenas mas significativas mudanças, avaliando a cada momento o seu impacto junto dos alunos.
O lançamento do Plano 21|23 Escola+ poderá ser a oportunidade para:
- diagnosticar de forma clara os problemas existentes em cada uma das áreas disciplinares (não basta fazer uma listagem de aprendizagens essenciais para que o diagnóstico seja eficaz);
- ouvir os especialistas, aqueles que conhecem a realidade dos seus alunos, os professores (o que precisam ou o que é preciso para que os seus alunos aprendam mais e melhor);
- delinear O Plano, isto é aquele que responde ao diagnóstico e que tem em conta, nas linhas de atuação, as sugestões dos professores;
- envolver todos os atores educativos na implementação, monitorização e avaliação deste Plano.
O Plano 21|23 Escola+ está estruturado em três eixos - Ensinar e Aprender / Apoiar as Comunidades Educativas / Conhecer e Avaliar - e vários domínios com propostas de ações que visam apresentar caminhos em várias áreas de aprendizagem.
Algumas destas propostas podem ser o ponto de partida para ações a implementar em cada escola, mas não podem ser vistas como uma receita, isto é, têm de ser adequadas à realidade específica de cada escola e apropriadas, sentidas como suas, pelos professores.
E são estes profissionais - os professores - que fazem a diferença na escola.
Para eles deixamos uma sugestão sobre a aprendizagem ao longo da vida, da autoria de John Spencer, para que continuem, de forma autónoma, a apostar no seu desenvolvimento profissional contínuo, o que implica dominar os processos de curadoria digital.
A este propósito vale a pena ler a entrevista a António da Nóvoa, António Nóvoa: aprendizagem precisa considerar o sentir | Reitor honorário da Universidade de Lisboa alerta que a escola não deve voltar ao que era antes, mas corre o risco de ficar ainda pior se a ênfase na tecnologia e personalização substituir o sentir e o fazer comum