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Biblio Tubers

Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

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Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

Ideias para um modelo híbrido de ensino

Transformar experiências de sucesso emergentes em práticas pedagógicas

Maio 16, 2020

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O regresso às aulas dos estudantes do ensino secundário, após o período de confinamento, levanta algumas questões que devem promover uma discussão alargada na comunidade educativa:

  • Como se avaliam as práticas pedagógicas e o impacto nas aprendizagens dos estudantes, durante o ensino a distância?
  • Destas práticas, quais se devem manter no regresso à sala de aula?
  • Quais as vantagens da criação de um modelo híbrido de ensino?

Têm surgido recomendações de especialistas de vários quadrantes que apontam para a necessidade de implementar um modelo híbrido de ensino, em que o presencial e o digital coabitem de forma natural.

Neste artigo, o Biblio Tubers apresenta algumas das ideias chave do livro de Hugo Pardo Kuklinski e de Cristóbal Cobo, intitulado "Expandir la universidad más allá de la enseñanza remota de emergencia."

Contudo, estas ideias são uma interpretação do Biblio Tubers, que tem em conta a realidade portuguesa do ensino básico e secundário. Organizam-se em 3 pontos principais.

 

1. Integração do digital em contexto educativo

A facilidade de acesso a múltiplas plataformas de aprendizagem e a ferramentas digitais é inegável. Apesar deste "cenário de possibilidades, persistem as dificuldades dos docentes na integração didática e na apropriação das ferramentas digitais."

A escolha de uma plataforma de LMS, ou de qualquer tecnologia educativa, deve ser pensada sempre com base na sua facilidade de utilização - a interface deve ser transparente e compreensível para todos os utilizadores.

Para além da questão da integração da tecnologia educativa e da sua apropriação por parte dos docentes, devemos ter também em conta questões como a privacidade, a gestão de dados e a acessibilidade.

Apropriação da tecnologia educativa

Ao escolher o recurso educativo digital, o docente deve dar primazia à necessidade pedagógica e não à ferramenta. Deve perguntar-se:

  • que aprendizagens quero que ocorram?
  • como fomentar uma aprendizagem eficaz, de forma inovadora?
  • de todos os recursos disponíveis em suporte digital, qual é mais relevante, tendo em conta o perfil dos meus alunos?

Os professores não podem recriar as práticas tradicionais, adicionando-lhes tecnologias novas e com isto pensarem estar a ser inovadores. Isto é, as escolas devem preocupar-se mais com o mindware (habilidades mentais) dos estudantes e não tanto com o hardware e software 

Moravec, John (2015). Manifesto 15.

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2. Produção de conteúdos educativos - as narrativas multimédia

Para transitar de um modelo presencial para um modelo a distância não basta utilizar tecnologia. Pelo contrário é um processo ambicioso que intergra as vertentes tecnológica, cognitiva, relacional e pedagógica. É preciso avaliar o que estamos a fazer e melhorar.

Para preparar conteúdos de aprendizagem a distância, devemos pensar nos conteúdos como uma linha finita de uma narrativa transmedia. Esta narrativa tem:

  • momentos síncronos e assíncronos,
  • conteúdos de consumo passivo (de um para muitos) e outros em que o estudante assume o papel de prossumidor (utilizadores que são consumidores e produtores).

Estas narrativas podem recorrer a wikis, editores de texto, blogues, hangouts, canais de podcasts, contas de Instagram ou de Twitter. E, se o aluno produzir conteúdos fora da agenda escolar, ou seja não apenas a pedido do professor, mas também para a rede digital, é o que se almeja. Para isso, temos de mudar o uso do tempo e do espaço de forma flexível e criativa. 

À semelhança da aprendizagem invertida, primeiro o estudante trabalha os conceitos teóricos de forma autónoma e virtual, através da proposta de narrativa criada pelo professor, e, posteriormente, no espaço coletivo da aula (presencial ou virtual) debatem-se ideias, fomenta-se o trabalho colaborativo, realizam-se tutorias.

 

3. Da classificação à autoavaliação 

Os professores que se centram na classificação académica devem evitar utilizá-la para manipular e manter o poder instituído.

As tecnologias têm acompanhado os processos de classificação massivo a distância, garantindo a segurança e a fiabilidade deste processo.

Contudo, a classificação massiva a distância não é suficiente para assegurar o controlo do processo de avaliação, pelo que se deve apostar na autoavaliação e na avaliação pelos pares. 

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