Que formação de professores?
A emergência do aprender a aprender
Agosto 28, 2020
No século XXI, como em nenhum outro tempo, a formação é crucial para qualquer profissional. O avanço científico é tal que, quem não se mantiver atualizado, rapidamente ficará obsoleto, independentemente do seu grau académico.
O professor não foge à regra.
E a esta necessidade de atualização constante acresce a sua formação de base que, apesar de responder a questões muito específicas, não tem conseguido preparar o professor para desafios novos.
Como resolver este problema?
A grande questão que se coloca à escola, hoje, é a da aprendizagem.
O cenário mudou radicalmente e quase da noite para o dia. Os avanços tecnológicos mudaram o mundo. As implicações na sociedade, nas instituições, na nossa vida são as de um terramoto. A Internet, a rede mundial de computadores, a Web materializam essa mudança e exigem que os profissionais da educação, sobretudo estes, sejam capazes de a usar em seu benefício.
Os professores só podem ensinar o que sabem, o que dominam e nem sempre são capazes de tirar o devido partido da tecnologia, isto é, usá-la como meio para, com menos investimento de tempo e de trabalho, os alunos aprendam mais e melhor.
Note-se que as bibliotecas tradicionais, fontes de informação e conhecimento até aqui, estão a passar por uma fase de estagnação. Se não forem capazes de se reinventar, a curto prazo, não passarão de museus... e isto para os mais saudosistas. Estas fontes de informação e conhecimento estão agora na Web, que se constitui já como a maior biblioteca do Mundo.
Trabalhamos, brincamos, viajamos, lemos, escrevemos, aprendemos, estudamos, socializamos na Web. Vivemos na Web.
O Biblio Tubers pensa, por isso, que a formação de professores deveria dotá-los, antes de tudo, de competências que lhes permitissem tirar partido da Web, para os tornar proficientes no que respeita ao aprender a aprender, com tudo o que isso implica.
Isto é, os professores devem ser capazes de, per si, adquirir novos conhecimentos e competências. Só assim, dominando este processo, serão capazes de o ensinar aos seus alunos. E só assim se poderia pôr fim ao ciclo “preciso de formação”, sempre que surge alguma novidade na área da educação.
Os professores devem ser capazes de se assumir como curadores de conteúdos, isto é devem saber procurar, selecionar, analisar, filtrar, organizar, validar e partilhar informação de diferentes fontes, com recurso a diferentes ferramentas digitais.
A formação deve, por isso, colmatar esta lacuna. A curadoria de conteúdos é uma competência imprescindível para qualquer profissional do século XXI e, particularmente, para o professor.
Dominando o processo de curadoria, o professor (ou qualquer pessoa) será capaz de reunir a informação necessária para crescer profissionalmente, isto é reuni-la para aprender sobre qualquer assunto e, ligando os pontos, transformá-la em conhecimento. É o que se pretende que a escola faça, desde sempre.
Por tudo isto, afigura-se-nos que a formação que se impõe é a da Curadoria Digital.