Afinal o que se vai passar nas escolas com a transição digital?
Uma cronologia anotada
Março 28, 2021
Não haverá ninguém que não tenha ouvido falar no plano de transição digital das escolas. E com ele vieram novas siglas e vários neologismos. Vejamos:
- PTD - Plano de ação para a Transição Digital (desígnio nacional para responder a compromissos europeus, com o objetivo de desenvolver as competências digitais dos docentes para que possam utilizar as tecnologias digitais em contexto profissional);
- CD - Competência Digital (genericamente definida como a utilização segura, crítica e criativa das tecnologias digitais para alcançar objetivos relacionados com trabalho, empregabilidade, aprendizagem, lazer, inclusão e/ou participação na sociedade);
- Check-In - a famosa ferramenta de avaliação da competência digital dos docentes (permite a cada docente autoavaliar-se e aos Centros de Formação integrar os professores em oficinas de formação organizadas em 3 níveis de proficiência);
- PADDE - Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital das Escolas (apenas os escolhidos pelas direções dos Agrupamentos conhecem bem este documento, mas, a partir de setembro será um documento estruturante da ação das escolas);
- SELFIE - Self-reflection on Effective Learning by Fostering the use of Innovative Educational technologies (ferramenta que permite às escolas autorefletirem sobre a utilização que fazem da tecnologia educativa no processo de ensino, aprendizagem e avaliação);
- DigCompEdu - Quadro Europeu de Competência Digital para Educadores (define as competências digitais que os educadores devem desenvolver, para todos os níveis de educação);
- DigCompOrg - Quadro Europeu para as Organizações Educativas Digitalmente Competentes (referencial europeu que define as competências digitais que as escolas devem procurar alcançar, ao nível do ensino e da aprendizagem).
Como se articulam estes documentos orientadores e o que se espera que os professores façam?
Vejamos em forma de cronologia (pode haver ligeiras discrepâncias de datas ao nível de formação):
- Fevereiro/março 2021 - os professores responderam ao Check-In e, tendo em conta o quadro de referência DigCompEdu, ficaram situados num determinado nível de proficiência de acordo com a sua competência digital.
- Março 2021 - formação das equipas designadas por cada agrupamento/escola que serão responsáveis pela elaboração do PADDE.
- Março a junho 2021 - as equipas responsáveis pelo PADDE de cada escola irão parametrizar a ferramenta SELFIE para fazer o diagnóstico da competência digital da escola e, com base nos resultados obtidos, criar o plano de ação.
- Abril/maio 2021 - Início da formação a nível nacional para todos os docentes, organizada em 3 níveis de proficiência, de acordo com DigCompEdu (vd. página 29):
- Nível 1 - Recém chegado ou explorador
- Nível 2 - Integrador ou especialista
- Nível 3 - Líder ou pioneiro
- Setembro 2021 - Início da implementação do PADDE que deverá ser aplicado até ao final do ano letivo de 2022-2023. Está organizado em 7 dimensões, tal como preconizado no referencial DigCompOrg:
- Liderança
- Desenvolvimento profissional contínuo
- Recursos digitais
- Ensino e aprendizagem
- Práticas de avaliação
- Promoção da competência digital dos alunos
- Infraestrutura e equipamento
As escolas deverão implementar as ações delineadas, com vista à consecução dos objetivos e metas definidos.
Uma nota final para a necessidade de envolver toda a comunidade escolar neste processo, que se quer simples e assente em metas exequíveis e adequadas ao projeto educativo de cada escola.