Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.
Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.
Uma das tarefas recorrente dos professores é a criação de apresentações de suporte ao processo de aprendizagem - para introduzir um novo conteúdo, para apresentar uma atividade/ projeto ou até para conhecer os novos alunos, no início do ano letivo.
O exemplo que deixamos hoje, e que se enquadra na secção de microlearning, é da ferramenta Gamma que, de forma fácil e rápida, cria apresentações gratuitas que pouparão tempo aos professores.
O tutorial criado guia os professores na utilização da ferramenta, neste caso com o objetivo de apresentar uma proposta de quebra-gelo para as primeiras aulas do ano letivo.
Disponibiliza-se também a apresentação criada com recurso à ferramenta "Gamma":
Como preparar a receção dos novos alunos com a ajuda da IA
Agosto 16, 2023
O início do ano letivo aproxima-se e as expetativas em relação às novas turmas intensificam-se. É do conhecimento geral que as primeiras aulas são fundamentais para que se crie um relação positiva entre professores e alunos. Para que isso aconteça, o professor deve seguir algumas estratégias que lhe permitam conhecer os alunos, quer a nível académico, quer a nível das relações interpessoais.
Imagem criada com IA | DALL-E (prompt 'Team work effort, building relationships')
Para facilitar o trabalho do professor, que no início do ano é sempre muito intenso, pedimos ao chatGPT que fizesse uma planificação para duas aulas. O prompt / questão utilizado(a) foi 'Vou começar as aulas. Não conheço os meus alunos. Preciso de os conhecer, traçar o seu perfil. Faz-me uma planificação para 2 aulas iniciais. Utiliza português de Portugal'.
Como não gostámos da proposta para a segunda aula, utilizámos o prompt 'Não gosto da segunda aula, pois, se os alunos não tiverem temas em comum, não conseguem discutir em grupo. O que sugeres para alterar?'
Deixamos a proposta apresentada pelo chatGPT, em itálico, com adaptações nossas a bold.
Aula Inicial 1: Conhecer os Alunos
Duração: 90 minutos
Objetivos:
Criar um ambiente acolhedor e propício à interação.
Incentivar a apresentação mútua entre os alunos.
Identificar interesses individuais e conhecimentos prévios.
Estabelecer as bases para a construção de um relacionamento positivo.
Atividades:
Boas-vindas e Introdução (15 minutos)
Receba os alunos calorosamente e explique brevemente os objetivos da aula.
Apresente-se de forma descontraída para criar um ambiente confortável.
Jogo de Apresentação (20 minutos)
Escolha um jogo divertido para que os alunos se apresentem.
Pode ser o jogo "Duas Verdades e uma Mentira", em que cada aluno diz duas coisas verdadeiras e uma falsa sobre si mesmo, e os colegas tentam adivinhar qual é a mentira.
Mapa de Interesses (25 minutos)
Forneça folhas de papel e marcadores coloridos.
Peça aos alunos que desenhem um "mapa" que represente os seus interesses, hobbies, atividades favoritas, etc.
Deixe um espaço para incluírem também o que gostariam de aprender ou alcançar nas aulas.
Discussão em Grupo (15 minutos)
Divida os alunos em grupos pequenos para discutirem os mapas que criaram.
Incentive-os a partilhar pontos em comum e diferenças, bem como a trocarem impressões sobre osseus objetivos nas aulas.
Feedback e conclusão (15 minutos)
Peça aos grupos que apresentem alguns pontos interessantes das suas discussões.
Agradeça aos alunos pela participação e entusiasmo.
Explique que essas informaçõesoajudarãoa planificar as próximas aulas.
Aula Inicial 2: Explorar os Perfis Individuais e Fortalecer a Coesão do Grupo
Duração: 90 minutos
Objetivos:
Explorar os perfis individuais dos alunos de forma inclusiva.
Identificar conhecimentos e áreas a serem desenvolvidas.
Promover uma maior coesão e interação entre os alunos.
Atividades:
Introdução (10 minutos)
Inicie a aula relembrando brevemente o que foi discutido na primeira aula, mostrando a importância do conhecimento mútuo.
Entrevistas em Grupos Diversificados (30 minutos)
Forme grupos de três a quatro alunos, garantindo uma mistura de interesses e personalidades.
Peça que realizem entrevistas entre si, explorando áreas como passatempos, experiências de vida, aspirações futuras, etc.
Isso permitirá que os alunos partilhem perspetivas diversas e descubram pontos em comum, mesmo que os interesses não sejam idênticos.
Partilha das Entrevistas (20 minutos)
Cada grupo escolherá um representante para partilhar as informações mais interessantes ou surpreendentes que descobriram durante as entrevistas.
Destaque as semelhanças e diferenças entre os grupos, enfatizando a riqueza da diversidade na turma.
Atividade de Colaboração Criativa (25 minutos)
Proponha uma atividade em que os grupos tenham que colaborar numa tarefa criativa.
Por exemplo, podem criar um mural com elementos que representam cada membro do grupo, combinando os seus gostose interesses de maneira única.
Apresentações e Reflexões Finais (15 minutos)
Cada grupo apresentará a sua atividade criativaà turma.
Abra um espaço para reflexões individuais, para que os alunos percebam como a atividade contribuiu para um melhor conhecimento dos seus colegas.
Feedback e conclusão (10 minutos)
Conduza uma breve discussão sobre as experiências dos alunos durante a aula.
Agradeça a participação ativa dos alunos e reitere o seu compromisso em criar um ambiente inclusivo e colaborativo ao longo do ano.
Lembre-se de que este plano é apenas uma sugestão e pode ser adaptado de acordo com as características específicas da turma e as suas preferências como professor. O objetivo principal é criar um ambiente onde os alunos se sintam valorizados, envolvidos e prontos para colaborar ao longo do ano letivo (OpenAI, 2023).
Como se pode constatar, as propostas geradas pelo chatGPT são exequíveis e interessantes. Poderá modificar o prompt para introduzir aspetos específicos, nomeadamente a faixa etária dos alunos ou a disciplina. Caso queira utilizar esta proposta, poderá utilizar a IA e pedir-lhe que crie uma ficha de apoio à criação do mapa de interesses (prompt'prepara a ficha com as indicações para os alunos para a elaboração do mapa de interesses') ou um guião para orientar a entrevista (prompt'cria o guião das entrevistas').
Partilhe connosco, nos comentários, outras propostas criadas que poderão ser reutilizadas por outros professores.
Referência Bibliográfica
OpenAI. (2023). ChatGPT (versão de 9 de agosto) [Large language model]. https://chat.openai.com/chat
Foi na década de 40, do século passado, que se deram os primeiros passos na Inteligência Artificial (IA), com a teoria das redes neuronais, que deu origem, em 1950, ao famoso "Teste de Turing" (Alan Turing, 1950).
Imagem criada com IA | DALL-E (prompt 'Fear and phobia of artificial intelligence')
Passados 60 anos, John McCarthy (1956), utiliza o termo "Inteligência Arificial" e em 1958 desenvolve o primeiro programa com recurso a IA, o Lisp. Foram precisos mais de 60 anos para que esta sigla passasse a fazer parte do quotidiano de todos nós. Responsabilidade do ChatGPT.
Muito se tem, desde então, escrito, discutido, refletido sobre o impacto da IA na sociedade e, mais concretamente, no mundo da educação. Paradoxalmente, ou não, a história mostra-nos que a inovação passa por estas reações, de um lado os que aceitam sem reservas e do outro os que mostram um medo avassalador que tolda os sentidos, mas que cumpre uma função que não deixa de equilibrar e regular o processo de inovação /mudança.
O Biblio Tubers, ciente dos problemas que a Escola vive atualmente, lança a secção fobIA em que, para além do enquadramento conceptual que é necessário para uma apropriação consciente da IA em contexto educativo, apresentará propostas de exploração, pequenos tutoriais (microlearning) e recursos (colaboratório) que desmistificarão esta FOBIA.
PS. Claro que utilizaremos a IA para escrever os nossos artigos e para criar os nossos recursos. MAS, sempre, com o prompt, isto é, a linha de comandos que o Biblio Tubers criou e a indicação da app de IA utilizada.
Não foi o caso deste primeiro artigo escrito no Coffeine & Brunch, em Portimão.
Após um ano letivo atípico, que levou ao extremo os docentes e técnicos que povoam as escolas, tínhamos algumas expetativas para o ano letivo 22/23, tendo em conta balanços, provas de aferição e exames, estudos, orçamentos públicos. Mas não aconteceu quase nada.
O sumário da Resolução do Conselho de Ministros n.º 66/2022 de 22 de julho ilustra bem a política de continuidade, pois esta resolução "Prorroga as ações específicas do Plano 21|23 Escola+. E como tal " determina-se a manutenção, por mais um ano letivo, das ações específicas «2.1.1 — reforço extraordinário de docentes», «2.1.2 — reforço dos planos de desenvolvimento pessoal, social e comunitário» e «2.1.3 — reforço das equipas multidisciplinares de apoio à educação inclusiva», previstas no Plano 21|23 Escola+, e define-se a realização da segunda edição do estudo amostral das aprendizagens" (Resolução do Conselho de Ministros n.º 66/2022).
O que significa isto para as escolas?
Essencialmente, que podem dar continuidade ao Plano do ano passado, sem grandes alterações. Aconselhamos, contudo, a que haja um olhar crítico, tendo em conta uma avaliação do impacto das medidas implementadas na escola, no ano transato. O que funcionou? O que pode ser melhorado? O que não funcionou de todo?
Para esta reflexão, os professores deverão ter em conta dois pressupostos essenciais:
1.º O foco tem de ser sempre a aprendizagem dos alunos.
"Congregado num Estúdio de Literacias, a instalar nas escolas, dar-se-á corpo à criação de espaços onde os alunos poderão, com recurso à tecnologia, desenvolver projetos de trabalho variados, planificados por si e/ ou com os professores de forma a permitir o trabalho autónomo em torno das áreas de competência previstas no Quadro Europeu de Competência Digital para Cidadãos e que se articula com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória."
2.º Os professores, enquanto especialistas da sua área de ensino, deverão ser sempre ouvidos e envolvidos nas decisões tomadas em cada escola.
"Algumas destas propostas podem ser o ponto de partida para ações a implementar em cada escola, mas não podem ser vistas como uma receita, isto é, têm de ser adequadas à realidade específica de cada escola e apropriadas, sentidas como suas, pelos professores. E são estes profissionais - os professores - que fazem a diferença na escola."
O livro é muitas vezes associado à ideia de viagem.
O que pode acontecer, quando o autor exorta o leitor a deixar a viagem ficcionada e a arriscar partir "por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv"?
Esta provocação lançada por Amyr Klink é o ponto de partida para uma proposta de exploração que pode envolver as áreas disciplinares de português, filosofia, história, cidadania ou pode ser o ponto de partida para um projeto transdisciplinar que vai envolver os alunos, levando-os a questionarem-se sobre o seu lugar no mundo.
A proposta, destinada a estudantes do 3.º ciclo e do ensino secundário, está dividida em cinco etapas que se passam a descrever.
1. Visionamento do vídeo.
2. Criação de um mapa conceptual, a partir da perceção dos alunos sobre o texto ouvido.
2.1 O professor pode apresentar uma proposta de mapa e os alunos completam-no, tendo em conta as suas opiniões. Deixa-se um exemplo que poderá ser alterado/ adequado aos objetivos pretendidos.
3. Após a participação dos alunos para a criação de um mapa colaborativo (por exemplo Coogle), discutir o resultado obtido, confrontando-o com o texto escrito.
UM HOMEM PRECISA VIAJAR | Amyr Klink
Pior que não terminar uma viagem é nunca partir. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Solidão foi a única coisa que eu não senti, depois que parti…Nunca…Em momento algum. Estava, sim, atacado de uma voraz saudade. De tudo e de todos, de coisas e de pessoas que há muito tempo não via. Mas a saudade às vezes faz bem ao coração. Valoriza os sentimentos, acende as esperanças e apaga as distâncias.
Um homem precisa viajar, por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros e tevês, precisa viajar, por si, com os olhos e pés, para entender o que é seu …
Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer.
4. Procurar os opostos/ paradoxos existentes no texto. Por exemplo:
"Pior que não terminar uma viagem é nunca partir."
"Conhecer o frio para desfrutar o calor."
"Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto."
"Ser professores e doutores do que não vimos, quando devíamos ser alunos."
5. Dividir a turma em grupos. Cada grupo trabalha um destes opostos.
5.1 Cada grupo, a partir do seu paradoxo, procura situações do mundo real, através da consulta de notícias nos media, que se enquadrem na situação descrita.
5.2 A partir da pesquisa efetuada, os estudantes preparam uma apresentação (oral, escrita, podcast, vídeo...) em que, para além de mostrarem os resultados, assumem uma posição crítica face aos factos apresentados e propõem uma medida para colmatar os problemas detetados.
a) da importância de conhecer e refletir sobre a importância dos referenciais DigCompEdu e DigCompOrg, no quadro do Programa de Digitalização das Escolas.
b) das múltiplas dimensões, variáveis, intervenientes e contributos das tecnologias digitais para a implementação dos Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital das Escolas.
c) da importância da utilização de metodologias de Gestão da Mudança.
d) dos fatores críticos de sucesso no desenvolvimento digital das Escolas, associados às estratégias para endereçar a dimensão humana da mudança.
A propósito do plano de recuperação de aprendizagem, uma proposta de ação
Outubro 10, 2021
A aprendizagem está na ordem do dia.
Fala-se de recuperação das aprendizagens, apresentam-se planos de nível macro e pede-se às escolas que criem os seus projetos, a partir de algumas "receitas" que pouco trazem de significativo.
E traz-se para a mesa a autonomia, a qual as escolas têm alguma dificuldade em abraçar, face à necessidade de responder a imperativos legais. Pede-se-lhes que alterem formas de planificar, de integrar o digital em contexto escolar, de mudar critérios e práticas de avaliação.
E como têm os professores tempo para tudo isto, sem perder o foco no que interessa? A aprendizagem?
O desafio que se coloca atualmente às escolas não é o de, num determinado espaço temporal, recuperar aprendizagens... mas, antes, continua a ser o de ensinar a aprender, permanentemente. Isto é, levar os alunos a atribuir sentido ao que aprendem, a estabelecer relações. E para isso é preciso voltar "ao básico". Ler, compreender o que se lê, inferir, atribuir significados, integrar novos conhecimentos. Aprender.
O Biblio Tubers concebeu uma proposta simples, exequível, integrada na realidade do quotidiano das escolas que parte de três pressupostos fundamentais para quem trabalha em educação:
O projeto é DAS escolas.
O projeto desenvolve-se NAS escolas.
O projeto, abrangendo todas as áreas disciplinares, contribui PARA a missão da escola: o sucesso educativo dos alunos.