Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.
Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.
Após um ano letivo atípico, que levou ao extremo os docentes e técnicos que povoam as escolas, tínhamos algumas expetativas para o ano letivo 22/23, tendo em conta balanços, provas de aferição e exames, estudos, orçamentos públicos. Mas não aconteceu quase nada.
O sumário da Resolução do Conselho de Ministros n.º 66/2022 de 22 de julho ilustra bem a política de continuidade, pois esta resolução "Prorroga as ações específicas do Plano 21|23 Escola+. E como tal " determina-se a manutenção, por mais um ano letivo, das ações específicas «2.1.1 — reforço extraordinário de docentes», «2.1.2 — reforço dos planos de desenvolvimento pessoal, social e comunitário» e «2.1.3 — reforço das equipas multidisciplinares de apoio à educação inclusiva», previstas no Plano 21|23 Escola+, e define-se a realização da segunda edição do estudo amostral das aprendizagens" (Resolução do Conselho de Ministros n.º 66/2022).
O que significa isto para as escolas?
Essencialmente, que podem dar continuidade ao Plano do ano passado, sem grandes alterações. Aconselhamos, contudo, a que haja um olhar crítico, tendo em conta uma avaliação do impacto das medidas implementadas na escola, no ano transato. O que funcionou? O que pode ser melhorado? O que não funcionou de todo?
Para esta reflexão, os professores deverão ter em conta dois pressupostos essenciais:
1.º O foco tem de ser sempre a aprendizagem dos alunos.
"Congregado num Estúdio de Literacias, a instalar nas escolas, dar-se-á corpo à criação de espaços onde os alunos poderão, com recurso à tecnologia, desenvolver projetos de trabalho variados, planificados por si e/ ou com os professores de forma a permitir o trabalho autónomo em torno das áreas de competência previstas no Quadro Europeu de Competência Digital para Cidadãos e que se articula com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória."
2.º Os professores, enquanto especialistas da sua área de ensino, deverão ser sempre ouvidos e envolvidos nas decisões tomadas em cada escola.
"Algumas destas propostas podem ser o ponto de partida para ações a implementar em cada escola, mas não podem ser vistas como uma receita, isto é, têm de ser adequadas à realidade específica de cada escola e apropriadas, sentidas como suas, pelos professores. E são estes profissionais - os professores - que fazem a diferença na escola."
O livro é muitas vezes associado à ideia de viagem.
O que pode acontecer, quando o autor exorta o leitor a deixar a viagem ficcionada e a arriscar partir "por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv"?
Esta provocação lançada por Amyr Klink é o ponto de partida para uma proposta de exploração que pode envolver as áreas disciplinares de português, filosofia, história, cidadania ou pode ser o ponto de partida para um projeto transdisciplinar que vai envolver os alunos, levando-os a questionarem-se sobre o seu lugar no mundo.
A proposta, destinada a estudantes do 3.º ciclo e do ensino secundário, está dividida em cinco etapas que se passam a descrever.
1. Visionamento do vídeo.
2. Criação de um mapa conceptual, a partir da perceção dos alunos sobre o texto ouvido.
2.1 O professor pode apresentar uma proposta de mapa e os alunos completam-no, tendo em conta as suas opiniões. Deixa-se um exemplo que poderá ser alterado/ adequado aos objetivos pretendidos.
3. Após a participação dos alunos para a criação de um mapa colaborativo (por exemplo Coogle), discutir o resultado obtido, confrontando-o com o texto escrito.
UM HOMEM PRECISA VIAJAR | Amyr Klink
Pior que não terminar uma viagem é nunca partir. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Solidão foi a única coisa que eu não senti, depois que parti…Nunca…Em momento algum. Estava, sim, atacado de uma voraz saudade. De tudo e de todos, de coisas e de pessoas que há muito tempo não via. Mas a saudade às vezes faz bem ao coração. Valoriza os sentimentos, acende as esperanças e apaga as distâncias.
Um homem precisa viajar, por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros e tevês, precisa viajar, por si, com os olhos e pés, para entender o que é seu …
Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer.
4. Procurar os opostos/ paradoxos existentes no texto. Por exemplo:
"Pior que não terminar uma viagem é nunca partir."
"Conhecer o frio para desfrutar o calor."
"Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto."
"Ser professores e doutores do que não vimos, quando devíamos ser alunos."
5. Dividir a turma em grupos. Cada grupo trabalha um destes opostos.
5.1 Cada grupo, a partir do seu paradoxo, procura situações do mundo real, através da consulta de notícias nos media, que se enquadrem na situação descrita.
5.2 A partir da pesquisa efetuada, os estudantes preparam uma apresentação (oral, escrita, podcast, vídeo...) em que, para além de mostrarem os resultados, assumem uma posição crítica face aos factos apresentados e propõem uma medida para colmatar os problemas detetados.
a) da importância de conhecer e refletir sobre a importância dos referenciais DigCompEdu e DigCompOrg, no quadro do Programa de Digitalização das Escolas.
b) das múltiplas dimensões, variáveis, intervenientes e contributos das tecnologias digitais para a implementação dos Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital das Escolas.
c) da importância da utilização de metodologias de Gestão da Mudança.
d) dos fatores críticos de sucesso no desenvolvimento digital das Escolas, associados às estratégias para endereçar a dimensão humana da mudança.
A propósito do plano de recuperação de aprendizagem, uma proposta de ação
Outubro 10, 2021
A aprendizagem está na ordem do dia.
Fala-se de recuperação das aprendizagens, apresentam-se planos de nível macro e pede-se às escolas que criem os seus projetos, a partir de algumas "receitas" que pouco trazem de significativo.
E traz-se para a mesa a autonomia, a qual as escolas têm alguma dificuldade em abraçar, face à necessidade de responder a imperativos legais. Pede-se-lhes que alterem formas de planificar, de integrar o digital em contexto escolar, de mudar critérios e práticas de avaliação.
E como têm os professores tempo para tudo isto, sem perder o foco no que interessa? A aprendizagem?
O desafio que se coloca atualmente às escolas não é o de, num determinado espaço temporal, recuperar aprendizagens... mas, antes, continua a ser o de ensinar a aprender, permanentemente. Isto é, levar os alunos a atribuir sentido ao que aprendem, a estabelecer relações. E para isso é preciso voltar "ao básico". Ler, compreender o que se lê, inferir, atribuir significados, integrar novos conhecimentos. Aprender.
O Biblio Tubers concebeu uma proposta simples, exequível, integrada na realidade do quotidiano das escolas que parte de três pressupostos fundamentais para quem trabalha em educação:
O projeto é DAS escolas.
O projeto desenvolve-se NAS escolas.
O projeto, abrangendo todas as áreas disciplinares, contribui PARA a missão da escola: o sucesso educativo dos alunos.
Muitos de nós descrevemo-nos com termos que moldam a nossa identidade. É comum ouvir pessoas dizer “eu sou músico”, e esse comportamento confere à pessoa uma sensação de pertença a algum grupo. Outros preferem descrever-se através das suas características ou estilo de vida, tais como extrovertido, vegetariano, inteligente, e cada classificação equivale a algo peculiar de cada indivíduo.
Vivemos no mundo líquido, de incertezas, e, pela primeira vez, temos dificuldades em saber o que ensinar às futuras gerações. Tudo muda rapidamente e as informações tornam-se obsoletas a uma velocidade impressionante. O que ensinar? Sabemos quais serão as profissões necessárias nos próximos 30 anos? Não temos a resposta. Por isso, talvez seja o momento de nos descrevermos mais frequentemente como “eternos aprendizes”.
Abraçar a ideia de aprender para sempre pode soar estranho, pois quebra o conceito da aprendizagem tradicional, centrada no professor, cuja presença materializava a ideia do aprender. Seria ótimo ter sempre um bom professor ao lado fazendo a mediação entre o aluno e o conhecimento, não é? Entretanto, aprender ao longo da vida também implica a ausência de tutores em muitos momentos, caracterizando um estilo de aprendizagem mais informal.
Assim, como avalio a minha trajetória de aprendizagem ao longo da vida? Como sei se aprendi? Nesse sentido, os ambientes pessoais de aprendizagem surgem para endereçar tais questões.
Se está interessado, convidamo-lo a apreciar a leitura deste capítulo. ...
Sabemos, contudo, com base em relatórios, estudos e saber empírico, que estas medidas pouco impacto terão no sucesso das aprendizagens dos alunos se não houver uma vontade forte de mudança:
das escolas, como organizações que devem liderar de forma concertada a mudança, ouvindo e envolvendo todos os atores educativos;
dos professores, como especialistas da sua área de ensino que devem manter-se atualizados e, de forma resiliente, esclarecida e fundamentada, devem implementar pequenas mas significativas mudanças, avaliando a cada momento o seu impacto junto dos alunos.
diagnosticar de forma clara os problemas existentes em cada uma das áreas disciplinares (não basta fazer uma listagem de aprendizagens essenciais para que o diagnóstico seja eficaz);
ouvir os especialistas, aqueles que conhecem a realidade dos seus alunos, os professores (o que precisam ou o que é preciso para que os seus alunos aprendam mais e melhor);
envolver todos os atores educativos na implementação, monitorização e avaliação deste Plano.
O Plano 21|23 Escola+ está estruturado em três eixos - Ensinar e Aprender / Apoiar as Comunidades Educativas / Conhecer e Avaliar - e vários domínios com propostas de ações que visam apresentar caminhos em várias áreas de aprendizagem.
Algumas destas propostas podem ser o ponto de partida para ações a implementar em cada escola, mas não podem ser vistas como uma receita, isto é, têm de ser adequadas à realidade específica de cada escola e apropriadas, sentidas como suas, pelos professores.
E são estes profissionais - os professores - que fazem a diferença na escola.
Para eles deixamos uma sugestão sobre a aprendizagem ao longo da vida, da autoria de John Spencer, para que continuem, de forma autónoma, a apostar no seu desenvolvimento profissionalcontínuo, o que implica dominar os processos de curadoria digital.