Afinal de que se fala quando se fala de identidade digital?
O conceito aplicado a nível individual e institucional
Abril 08, 2020
Entrevista de emprego. Pergunta incontornável:
Qual é a sua identidade digital? É que na nossa pesquisa não encontrámos nada sobre si. Afinal o que sabe fazer?
Esta provocação introdutória serve apenas para nos centrarmos naquilo que interessa, quando falamos de identidade digital.
Não! Não é o número de posts que tem nas redes sociais, nem o número de seguidores. Não.
É o testemunho daquilo que sabe fazer profissionalmente, independentemente da sua área. Se não vejamos:
É professor? Qual o blogue ou página web que administra e onde disponibiliza conteúdos para os seus alunos e partilha documentos de interesse e reflexões pessoais sobre assuntos que lhe interessam e que contribuem para se manter atualizado?
É Jornalista? Escritor? Advogado? Arquivista? Bibliotecário? Político? Ativista?
O que partilha e como partilha na rede ajuda-o a construír a sua reputação ou a da entidade que integra.
E a sua rede profissional que públicos alcança? É disto que se fala quando se fala de identidade digital.
Por isso é que, numa entrevista de emprego, os recrutadores se interessam, cada vez mais, pela identidade digital (presença online), pois na resposta está quem somos profissionalmente, como nos atualizamos e como nos relacionamos com os outros.
Em suma, somos a reputação que construímos.
Retomemos a definição proposta por Jorge Borges (2018) para a identidade digital de uma biblioteca escolar para que se adeque a qualquer entidade, individual ou institucional:
Conjunto de canais (plataformas digitais) geridos e atualizados regularmente para, de forma interessada e organizada, criar, partilhar e atribuir valor a uma multiplicidade de informação, conteúdos, recursos e, eventualmente serviços, na comunidade que serve, favorecendo a aprendizagem ao longo da vida .
Vamos decompor a definição nos quatro eixos que a integram.
1. Canais
Blogue, página web, página no Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, Youtube, Linkedin, Slideshare, Anchor...
Cada uma destas plataformas serve para disponiblizar conteúdos e recursos variados, em multiformatos, de forma regular.
2. Partilha
As plataformas utliizadas devem alimentar-se umas às outras, de forma estruturada, para chegar a um público mais amplo. A melhor forma de o fazer é criar um repositório (por exemplo na Box ou na Dropbox) onde se alojam conteúdos e recursos que, depois de devidamente organizados, são disponibilizados num blogue ou numa página web.
Por isso, quando se disponibilizam recursos, estes devem ser originais, ou, caso se repliquem, é fundamental acrescentar-lhes valor.
3. Comunidade
Num mundo cada vez mais digital, é na rede e com a rede que aprendemos ao longo da vida. Nesse sentido, a comunidade a que pertencemos é tão mais forte quão mais significativo for o contributo de cada um.
4. Aprendizagem ao longo da vida
Todas as áreas do saber estão em constante evolução, pelo que qualquer profissional, ou instituição, para se manter atualizado(a) deve rentabilizar a sua rede de partilha, isto é tirar partido daquilo que é criado na sua comunidade.
Para apoiar o processo de implementação da Identidade digital sugerem-se algumas plataformas digitais que dão suporte a este processo:
Nota de rodapé: Todo este processo, nas suas várias fases, é indissociável do processo de curadoria, pelo que sugerimos a consulta do post Curadoria digital.