O último ano tem sido pródigo em anúncio de medidas de consolidação e recuperação de aprendizagens e capacitação de professores .

Neste momento, milhares de professores por todo o país estão a frequentar ações de formação , no âmbito do Plano de Transição Digital na Educação.

 

Sabemos, contudo, com base em relatórios, estudos e saber empírico, que estas medidas pouco impacto terão no sucesso das aprendizagens dos alunos se não houver uma vontade forte de mudança :

  • das escolas , como organizações que devem liderar de forma concertada a mudança, ouvindo e envolvendo todos os atores educativos;
  • dos professores, como especialistas da sua área de ensino que devem manter-se atualizados e, de forma resiliente, esclarecida e fundamentada, devem implementar pequenas mas significativas mudanças , avaliando a cada momento o seu impacto junto dos alunos.

O lançamento do Plano 21|23 Escola+ poderá ser a oportunidade para:

  • diagnosticar de forma clara os problemas existentes em cada uma das áreas disciplinares (não basta fazer uma listagem de aprendizagens essenciais para que o diagnóstico seja eficaz);
  • ouvir os especialistas, aqueles que conhecem a realidade dos seus alunos, os professores (o que precisam ou o que é preciso para que os seus alunos aprendam mais e melhor);
  • delinear O Plano, isto é aquele que responde ao diagnóstico e que tem em conta, nas linhas de atuação, as sugestões dos professores;
  • envolver todos os atores educativos na implementação , monitorização e avaliação deste Plano.

 

O Plano 21|23 Escola+ está estruturado em três eixos - Ensinar e Aprender / Apoiar as Comunidades Educativas / Conhecer e Avaliar - e vários domínios com propostas de ações que visam apresentar caminhos em várias áreas de aprendizagem.

Algumas destas propostas podem ser o ponto de partida para ações a implementar em cada escola, mas não podem ser vistas como uma receita, isto é, têm de ser adequadas à realidade específica de cada escola e apropriadas, sentidas como suas, pelos professores.

E são estes profissionais - os professores - que fazem a diferença na escola.

Para eles deixamos uma sugestão sobre a  aprendizagem ao longo da vida , da autoria de John Spencer, para que continuem, de forma autónoma , a apostar no seu desenvolvimento profissional contínuo , o que implica dominar os processos de curadoria digital.

A este propósito vale a pena ler a entrevista a António da Nóvoa,   António Nóvoa: aprendizagem precisa considerar o sentir |  Reitor honorário da Universidade de Lisboa alerta que a escola não deve voltar ao que era antes, mas corre o risco de ficar ainda pior se a ênfase na tecnologia e personalização substituir o sentir e o fazer comum