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Biblio Tubers

Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

Biblio Tubers

Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

Planificar aulas híbridas

Pensar o presente, para responder aos desafios do amanhã

Novembro 03, 2020

A imprevisibilidade que caracteriza atualmente a educação, imposta pelas circunstâncias que vivemos, ilustra bem o grau de exigência com que se confrontam os professores. 

De facto, um pouco por todo o país há turmas em confinamento, obrigando os professores ao exercício de voltar ao ensino híbrido. pawel-czerwinski-sr9wzriI_48-unsplash.jpg

 

O Biblio Tubers, no seguimento da partilha de recursos educativos, deixa hoje três exemplos de planificações/ guias, simples e descomplicados, que poderão contribuir para a implementação de novas formas de ensinar, presencialmente e/ ou a distância.

O 1.º documento é um guia para um plano de aula, a distância, mista ou presencial, que orienta o trabalho dos alunos, favorecendo a sua autonomia na realização das tarefas e no acesso aos recursos que o professor cria/ disponibiliza para a sequência de aprendizagem planificada.

Este guia, organizado em sequências de aprendizagem, prevê momentos de trabalho em grande grupo (presencial ou síncrono) com a duração máxima de 10 minutos, para que os alunos assumam um papel ativo na sua aprendizagem.

Para facilitar a utilização do guia, sugere-se a utilização de uma plataforma de LMS, onde, entre outros, serão disponibilizados:

  • O guia da sessão,
  • Os recursos a consultar pelos alunos,
  • Um fórum de apoio/ ou chat da turma.

Uma nota final para a necessidade de simplificar a definição dos objetivos de aprendizagem, que devem ser discutidos com os alunos.

 

O guia apresentado anteriormente pode ser integrado num cenário de aprendizagem mais alargado que, seguindo o modelo proposto pela European Schoolnet, orienta a planificação do professor para o papel central do aluno, definindo não só os objetivos de aprendizagem, mas também as atividades em que os alunos vão ser envolvidos para concretizar estes objetivos.

Este modelo prevê, ainda, a utilização de ferramentas e recursos que contribuirão para a consecução do cenário, bem como a colaboração de outras pessoas e o acesso a outros lugares, que não o professor e a sala de aula.

 

Finalmente, e porque o saber não se baliza em disciplinas estanques e fechadas sobre si mesmas, apresenta-se um exemplo de uma planificação de um projeto que envolva várias disciplinas, de que são exemplo os domínios de autonomia curricular (DAC).

Este documento facilita a articulação das diferentes disciplinas e coloca a tónica nas fases do trabalho de projeto que deverão decorrer de forma natural e não balizadas pelo horário escolar e, consequentemente, pelas disciplinas. 

Para mais informações sobre o ensino híbrido, consulte os seguintes posts:

 

Caso deseje conhecer exemplos de utilização de alguns destes documentos, consulte as seguintes propostas do Colaboratório do Biblio Tubers:

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O Programa de Mentorias em ação

Boas práticas em alguns Agrupamentos de Escolas

Outubro 13, 2020

No seguimento dos três artigos do Biblio Tubers sobre o Programa de Mentorias,

  1. Orientações do ME para o ano letivo 2020/2021 | O papel das tutorias e mentorias Publicado a 08 Julho 2020 [ programa de mentorias." O programa de mentorias visa estimular o relacionamento interpessoal e a cooperação]
  2. Colaborar para aprender | Cenários para 2020/21 Publicado a 09 Julho 2020 [ programa de tutorias e mentorias. A este propósito consulte o post Orientações do ME para o ano letivo 2020]
  3. O programa de mentorias no Agrupamento, descomplicado Publicado a 06 Setembro 2020 [ programa de mentorias visa estimular o relacionamento interpessoal e a cooperação entre alunos.]

vimos agora divulgar boas práticas de quatro Agrupamentos de Escolas que poderão servir de exemplo e inspiração a outros:

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Tal como referimos anteriormente, este programa está previsto nas orientações do Ministério da Educação para o presente ano letivo e visa estimular o relacionamento interpessoal e a cooperação entre alunos. "Este programa identifica os alunos que, em cada escola, se disponibilizam para apoiar os seus pares acompanhando-os, designadamente, no desenvolvimento das aprendizagens, esclarecimento de dúvidas, na integração escolar, na preparação para os momentos de avaliação e em outras atividades conducentes à melhoria dos resultados escolares." 

As estratégias colocadas em prática variam de Agrupamento para Agrupamento, o que mostra os REA em ação, isto é, a reutilização das propostas feitas pelo Biblio Tubers, com as devidas adaptações à realidade específica de cada contexto.

Veja-se, a título de exemplo, a forma como é feita a escolha  dos alunos mentores que, no caso dos AE de Crato e AE n.º 2 de Abrantes, pode ser feita através de uma candidatura espontânea dos próprios alunos, ou  por indicação de um docente.

Uma nota para a forma como a avaliação é assumida no AE do Crato, pois estão previstos momentos de avaliação formal mas também informal. Ainda neste Agrupamento, as mentorias estão organizadas para que possam ocorrer nas três modalidades, presencial, misto e a distância, através de uma plataforma LMS, bem como a utilização do kit de mentoria sugerido pelo Biblio Tubers.

Abaixo, deixamos dois exemplos de duas candidaturas espontâneas de alunos do AE  N.º 2 de Abrantes que se propõem trabalhar em áreas de mentoria completamente distintas.

 

 

Ment1.png

Clique nas imagens para as ver maiores

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O Biblio Tubers vai continuar a acompanhar as estratégias colocadas em práticas pelos Agrupamentos de Escolas na implementação deste e de outros programas, valorizando os que optarem por tirar partido dos REA,  de forma descomplicada, simples e eficaz.

É este o propósito do nosso Colaboratório! (Clique na tag Colaboratório, para ler todos os posts

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comVALOR, recursos educativos abertos para a educação

Orientações da UNESCO para práticas educativas abertas

Outubro 10, 2020

A UNESCO, na quadagésima conferência geral, que se realizou em Paris, em novembro de 2019, apresentou a Recomendação sobre Recursos Educativos Abertos (REA), onde incita os Estados membros a desenvolverem projetos e ações nesta área.

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Pretende-se que os REA, cresçam e se disseminem, contribuindo para a criação de sociedades mais abertas e participadas. Nesse sentido, os países foram convidados a criar políticas de apoio que promovam o acesso efetivo, inclusivo e equitativo aos REA.

Em maio de 2020, face à situação pandémica vivida no mundo, a UNESCO lançou uma declaração conjunta sobre os REA, com vista à promoção de práticas educativas abertas e sobre o impacto que têm nos resultados da aprendizagem.

Nesta declaração são apresentados exemplos de sucesso que mostram que "a aplicação criteriosa de REA, em combinação com metodologias pedagógicas adequadas, objetos de aprendizagem bem projetados e a diversidade de atividades de aprendizagem, pode fornecer uma gama mais ampla de opções pedagógicas inovadoras para envolver educadores e alunos de forma a tornarem-se participantes mais ativos.” (UNESCO, 2020, Executive Summary).

Um pouco por todo o mundo têm nascido práticas de sucesso de que, entre nós, é exemplo A Banca de Conteúdos Digitais | Depósitos de VALOR

Este repositório de REA, criado pelo Biblio Tubers, apresenta-se desta forma:

Somos e estamos cada vez mais em Rede...
Uma Rede cada vez mais digital.
É nesta Rede que, cada vez mais, aprendemos, trabalhamos e nos divertimos... muito.
Na Rede encontramos tudo o que queremos, o que não esperávamos encontrar e até o que não queremos.
E como atribuímos VALOR ao que encontramos?
Depósitos de VALOR é uma banca de conteúdos digitais, em atualização permanente, destinada a quem quer conteúdos de VALOR.
Para trabalhar e aprender, mas sobretudo para fruir.
Descubra conteúdos em vários formatos e organizados em cinco grandes categorias:
  1. Biblioteca digital (autores portugueses, autores estrangeiros, livros técnicos, textos clássicos, bibliotecas digitais mundiais, teses-estudos-artigos, bancos de imagens)
  2. Revistas
  3. Recursos pedagógicos (trabalho de projeto, flexibilidade curricular, ensinar no séc. XXI, educação, recursos improváveis)
  4. Multiliteracias (literacia dos media, literacia digital, literacia política, outros)
  5. Áreas disciplinares (desde as artes, passando pelas ciências, filosofia, linguas, matemática, cidadania, entre outras).

Em dezembro de 2019, o Biblio Tubers publicou o artigo Tendências para 2020 | repositórios de recursos educativos abertos (REA) onde "dada a importância dos REA, aposta nesta tendência para o ano 2020 e insta as organizações educativas, escolas, bibliotecas, professores, investigadores a apostarem na criação e disseminação destes repositórios digitais, dado o impacto que têm na visibilidade que atribuem ao conhecimento e às entidades que o promovem, bem como os benefícios associados ao processo de ensino e de aprendizagem".

O comVALOR é por isso um repositório de conteúdos educativos abertos, feito por professores, que visa disseminar esta prática e contribuir para a criação de organizações aprendentes e inovadoras que se distinguem das tradicionais.

 

Veja como usar o site:

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Wikipédia: fiável ou não?

Os factos falam por si

Outubro 06, 2020

Muitas são as dúvidas que algumas pessoas têm sobre a tão conhecida Wikipédia.

Mas os dados não deixam dúvidas e apontam para uma utilização massiva (6.º site mais usado em Portugal e o mais acedido no mundo) e quem, de entre nós, nunca a utilizou nas suas pesquisas?

O Biblio Tubers procura, neste artigo, dissipar as dúvidas sobre a Wikipédia.

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Começamos com os dez factos sobre a Wikipédia que a maioria de nós não conhece e que ajudam a dissipar alguns malentendidos.

  1. Não está à venda
  2. O trabalho pertence a todos
  3. Fala javanês
  4. Não se pode simplesmente mudar qualquer coisa na Wikipéd
  5. Zela muito pela qualidade do conteúdo
  6. Não quer que se acredite nela cegamente
  7. Não está sozinha
  8. São apenas compiladores de informação
  9. Não é uma ditadura
  10. Está aqui para ficar

Vários são os estudos que têm sido feitos sobre esta enciclopédia cuja característica principal é a contribuição aberta e livre das pessoas. 

Em vez de desencorajar o seu uso, os professores devem mostrar as suas vantagens e desvantagens, promovendo a sua correta utilização. Esta pode passar por formação que ensine como criar, editar e avaliar artigos da Wikipédia (consulte um exemplo).

Ao contrário do que pensamos, o facto da Wikipédia assentar num modelo de contribuição aberta assegura a correção célere de qualquer informação menos correta.

A Wikipédia pode não ser perfeita, mas é o expoente máximo da democratização do conhecimento e o seu modelo aberto beneficia-nos a todos.

Este vídeo é de 2010.

 

Bibliografia:

 

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Ensinar e aprender no Séc. XXI: Os (novos) saberes

A aprendizagem ao longo da vida. O papel da Escola

Outubro 03, 2020

No âmbito das Jornadas de Utilização Pedagógica das TIC, organizadas pelo Instituto Politécnico de Leiria, no dia 2 de outubro de 2020, Jorge Borges (PNL 2027) dissertou sobre os novos saberes do (no) séc. XXI e sobre o papel que a escola deve assumir neste desiderato.

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Clicar na imagem para visualizar a transmissão

 

Esta comunicação assumiu um caráter provocador, pois levou os participantes a questionarem-se sobre três aspetos fundamentais:

1.º A formação contínua de professores

2.º A introdução da tecnologia nas políticas educativas em Portugal

3.º O papel do saber informal na Escola

4.º A centralidade da curadoria digital

Esta comunicação começou com uma reflexão em torno do Plano de Ação para a Capacitação Digital dos Professores, anteriormente apresentado pela diretora do Centro de Formação LeiriMar, Olga Morouço, e pela necessidade de ter em conta os ensinamentos do passado e os contributos do presente para que este plano de formação permita mudar práticas e não se cinja a questões técnicas, nomeadamente a utlização de determinadas ferramentas digitais.

A questão da aprendizagem, informal e em Rede, - o foco da comunicação - levou o orador à sociedade primitiva e à forma como o homem aprendia no passado e como aprende no presente. Que na essência não é diferente. Cada época tem a sua tecnologia, de acordo com a sua utensilagem mental, como se demonstrou com o caso do abade Marin Mersenne que, no séc. XVII, manteve uma  Rede, na Europa culta da época, com mais de 200 correspondentes. Enciclopedista, escrevia o seu pensamento e fazia-o chegar a cada um deles. Estes respondiam e ele coligia a informação. Criou uma obra com mais de 30 tomos. Este sábio comportou-se como um autêntico servidor, recorrendo à "tecnologia" de que dispunha na altura. Isto prova que o mais importante, em qualquer altura da história, é o fator humano.

As sociedades evoluem hoje a um ritmo vertiginoso, o que catapulta a aprendizagem ao longo da vida para primeiro plano, tornando a curadoria incontornável no processo de aprendizagem. É este processo que nos permite chegar ao conhecimento, pois facilita e alimenta o processo de aprendizagem, isto é, a transformação da informação em conhecimento, em qualquer idade, nivel de escolaridade e área profissional.

 

Ensinar e aprender no Séc. XXI: Os (novos) saberes

Na parte final, Filipe Santos, docente do Instituto Politécnico de Leiria e responsável pela organização das Jornadas, teorizou de forma notável sobre o conteúdo das comunicações, a partir dos comentários dos alunos.

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Que Plano para a Capacitação Digital dos Docentes?

4 sugestões alinhadas com as recomendações da UNESCO e da OCDE

Setembro 26, 2020

A resolução do Conselho de Ministros nº 30/2020 aprova o Plano de Ação para a Transição Digital, "em alinhamento com os objetivos políticos que irão nortear os investimentos da União Europeia no período de programação 2021-2027, de acordo com o Novo Quadro da Política de Coesão." (págª 6)

O Plano de Ação para a Transição Digital está organizado em três pilares e a Capacitação Digital de Docentes integra o 1º pilar, Capacitação e inclusão digital das pessoas.

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No âmbito deste Plano, está prevista a formação de todos os docentes das escolas públicas, pretendendo-se a "aquisição das competências necessárias ao ensino neste novo contexto digital." (págª 15)

Espera-se que esta medida contribua "ativamente para a modernização tecnológica das escolas, aproximando os alunos das ferramentas de produtividade e colaboração que podem encontrar num ambiente de trabalho profissional." (págª 15)

Estas intenções estão em linha com as recomendações/ ideias/ cenários de organismos internacionais como a UNESCO e a OCDE e devem consusbstanciar-se num plano de capacitação digital dos docentes que deve ter em conta quatro aspetos principais.

1. Ouvir os atores educativos, tirando partido da experiência e saber dos professores

 

Este Plano prevê três interlocutores:

Os formadores

Dado o perfil apresentado, seria de todo aconselhável que a formação não fosse pré-formatada ou pré-definida unilateralmente, pois a experiência destes profissionais certamente trará contributos fundamentais para o desenho da formação que vai ser implementada a nível nacional.

Os Centros de Formação de Associação de Escolas

Responsáveis pela organização da formação, para todos os docentes da sua zona de intervenção, têm ao seu dispor um Embaixador PTD que deverá ser a ponte entre as necessidades reais de cada Agrupamento, pelo que o seu papel se reveste de extrema importância. Mais do que selecionar profissionais com base em critérios como o grau de proximidade com a comunidade educativa, ou a disponibilidade de horário, importa escolher o Embaixador que melhor responda ao desafio que este Plano encerra.

Os Agrupamentos/ Professores

A realidade de cada Agrupamento implica um conhecimento que só os atores que o integram detêm. Nesse sentido, o papel primordial dos professores deverá ser reconhecido e estes deverão participar no desenho dos Plano de Ação do Agrupamento. 

 

2. Disponibilizar e fomentar a criação e partilha de recursos educativos abertos (REA)

 

Uma vez assegurado o acesso a computadores e à internet, os recursos educativos abertos podem cumprir o seu papel de fomentar a criação, recriação e partilha de recursos educativos, criados por e para professores, evitando-se, desta forma, o monopólio de empresas privadas, como alerta a UNESCO. 

"O acesso aberto e a disseminação da produção intelectual das organizações educativas será a marca distintiva num mercado cada vez mais competitivo, como é o da educação." (in Biblio Tubers, dezembro de 2019)

 

3. Refletir sobre a urgência da aprendizagem ao longo da vida assente na produção e circulação livre do conhecimento

 

Este Plano demonstra que a aprendizagem ao longo da vida se deve constituir como um desígnio nacional, pelo que todas as formas de educação -formal, não formal e informal- são fundamentais para dotar os cidadãos dos conhecimentos necessários para uma cidadania ativa e plena.

Desejavelmente, neste Plano de capacitação, mais do que mostrar caminhos pré-definidos, importa levar os docentes a selecionar, analisar, filtrar, organizar, utilizar e partilhar conteúdos relevantes.

 

4. Encarar as ferramentas digitais como meios que só ganham sentido quando servem o fim educativo

 

O Plano deve assegurar que, apesar de se pretender a capacitação digital dos docentes, as ferramentas digitais não devem, por si, ser objeto da formação. Cada docente deve ser levado a escolher os recursos digitais que melhor se adequem ao seu perfil e ao dos seus alunos. Só assim, de forma autónoma, preparará os seus alunos, para também eles aprenderem ao longo da vida, replicando um ciclo que, infelizmente, ainda não é prática corrente nas nossas escolas.

 

Terminamos com uma referência à UNESCO que apela para a necessidade de valorizar a profissão docente e a colaboração entre professores, o que remete para a importância da criação de Redes de Aprendizagem autossustentáveis que se alimentem da partilha entre estes profissionais.

Que este Plano de Capacitação para os Docentes promova uma Escola inovadora, resiliente e sobretudo transformadora.

 

Para saber mais:

 

Bibliografia

OCDE (2020). Back to the Future of Education: Four OECD Scenarios for Schooling | Retrieved 26 September 2020, from https://www.oecd.org/education/back-to-the-future-s-of-education-178ef527-en.htm

UNESCO (2020). Education in a post-COVID world: Nine ideas for public action. Retrieved 26 September 2020, from https://en.unesco.org/news/education-post-covid-world-nine-ideas-public-action

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III Seminário Internacional de Tecnologia e Ensino | Brasil

A tecnologia na Educação em Portugal

Setembro 24, 2020

Breve resenha, diacrónica, sobre a implementação da tecnologia na educação, em Portugal.

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Do programa Minerva ao Plano de ação para a transiçao digital, em curso. 

Os grandes desafios da educação, a terminar.

A tecnologia na educação em Portugal

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Vou dar uma aula de substituição! E agora?

Soluções práticas para lidar com o inesperado

Setembro 19, 2020

A incerteza que caracteriza a vida nas escolas implica planeamento estratégico e rentabilização de recursos.

Os planos de contingência dos Agrupamentos para o ano letivo 2020/21 contemplam, em muitos casos, a criação de uma bolsa de docentes, que, face à ausência de um professor, deverá assegurar a ocupação dos tempos escolares dos alunos.

Normalmente, estas são horas da componente não letiva ou, quando existe insuficiência de tempos letivos no horário dos docentes, da componente letiva (Despacho 10-A/2015).

Neste contexto, os professores ver-se-ão confrontados com situações imprevisíveis, uma das quais o acompanhamento de uma turma, em modo de substituição por ausência do professor.

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É óbvio que esta substituição nem sempre será planeada e que, dificilmente, se conseguirá ter acesso a um plano de aula.

 

O que fazer então?

Aproveite estas aulas de substituição para trabalhar competências transversais, nomeadamente as inscritas no perfil do aluno do século XXI.

 

E como fazê-lo?

1. Lançar um tema para discussão, a partir de um texto dos média:

  • Artigo de jornal
  • Vídeo
  • Podcast
  • Publicidade

Onde encontrar recursos deste tipo?

Sugere-se a utilização de sites agregadores de conteúdos fidedignos, pois, para além da sua fiabilidade, disponibilizam uma considerável diversidade de textos e de formatos.

Exemplo: Depósitos de VALOR | Banca de conteúdos digitais.

Veja a título exemplificativo como pode utilizar esta banca:

 

2. Conversar com os alunos sobre o tema do recurso selecionado, após a sua visualização / leitura / audição.

Como?

Em grande grupo ou individualmente, através, por exemplo, de um mapa de ideias coletivo (sugere-se a utilização do Coggle), em que os alunos inscrevem a sua opinião para depois ser apresentada e discutida, confrontando diferentes pontos de vista.

 

3.Promover a criação de um produto pelos alunos

O quê?

  • Um texto escrito,
  • um problema matemático
  • Um esquema
  • Um vídeo curto
  • Um post para uma rede social
  • Uma equação criativa
  • Um podcast
  • ...

Provavelmente, não terá tempo para chegar à terceira fase, a  de produção, contudo o contacto com textos dos média e o confronto de ideias são sempre momentos de aprendizagem e de consolidação de conteúdos.

 

Que exemplos?

Consulte as seguintes propostas criadas a partir de... 

... um excerto de uma série televisiva

... um texto

...um anúncio publicitário

...uma crónica

...um vídeo

...a declamação de um poema

 

Atreva-se a experimentar! Sem receios e surpreenda-se com a reação dos alunos. Tire partido dos recursos que tem à mão. 

Só está sozinho na sala de aula quem quer, ou quem não ousa...

 

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O programa de mentorias no Agrupamento, descomplicado

Plano e exemplos de documentos de apoio

Setembro 06, 2020

Os programas de mentoria têm vindo a ganhar popularidade ao longo dos últimos anos, quer a nível académico, quer a nível profissional.

A nível académico, para além dos benefícios ao nível da motivação, estes programas permitem o acompanhamento dos estudantes, com ganhos significativos ao nível do seu desempenho e da sua integração na vida da escola.

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De acordo com as Orientações do Ministério da Educação, o programa de mentorias visa estimular o relacionamento interpessoal e a cooperação entre alunos. "Este programa identifica os alunos que, em cada escola, se disponibilizam para apoiar os seus pares acompanhando-os, designadamente, no desenvolvimento das aprendizagens, esclarecimento de dúvidas, na integração escolar, na preparação para os momentos de avaliação e em outras atividades conducentes à melhoria dos resultados escolares."

Em linhas gerais, um programa de mentoria procura que o mentor guie e aconselhe um mentorando, num ambiente de interajuda e através da realização de encontros regulares. É fundamental que a relação entre mentor e mentorando seja de confiança e respeito.

Os objetivos específicos a definir para um programa de mentoria variam de aluno para aluno, mas, normalmente, centram-se nas seguintes áreas de atuação:

  • motivação
  • rendimento escolar
  • relações interpessoais
  • comportamento
  • autoestima

 

Sugerem-se alguns passos para a criação de um programa deste tipo.

De realçar que este programa pode ser implementado presencialmente, a distância ou em regime misto/ híbrido. Para isso, dever-se-á criar uma área de mentorias na plataforma LMS do Agrupamento. Sugere-se que todos os documento sejam criados e utilizados em suporte digital para facilitar a monitorização de todo o processo.

 

1º Seleção de mentores

Os critérios para esta seleção são definidos por cada agrupamento de escola. Não obstante, esta seleção pode ser feita a partir de:

Nota: Para fazer face a um eventual número elevado de alunos inscritos no programa, poderá ser interessante criar uma bolsa de mentores diversificada, que dê resposta a diferentes necessidades.

 

2º Formação de mentores

Esta formação deve ser realizada no início do programa e visa, sobretudo, fornecer alguns conselhos aos mentores, uniformizando as estratégias de atuação.

Uma vez que os mentores são alunos, esta formação deve ser clara e concisa. Não invalida o acompanhamento regular por parte dos responsáveis pelo programa de mentorias, assegurando-se desta forma a adequação permanente e a resposta atempada a problemas que possam ocorrer.

 

Os temas a abordar poderão ser os seguintes. A título de exemplo, disponibilizam-se propostas de apresentação destes tópicos, que devem ser enriquecidas e adaptadas por cada escola.

a) Qual é o papel de um mentor?

b) Que procedimentos seguir durante as sessões?

c) Que atividades posso realizar nas sessões?

Este último item poderá ser diferente de mentor para mentor, tendo em conta as suas competências e o tipo de ação que vai desenvolver com o mentorando.

É fundamental que as sessões decorram num local onde haja um responsável a quem os alunos possam recorrer em caso de necessidade.

 

3º Criação do kit do mentor

Deverá ser criado um kit (conjunto de documentos em suporte digital ou físico) do mentor que deverá incluir:

  • Apresentação breve do mentorando e das áreas em que necessita de apoio;
  • Os objetivos da mentoria (simples e exequíveis) - estes objetivos deverão ser definidos em conjunto com o mentor e, se possível, o mentorando;
  • Cronograma das sessões;
  • Diário da mentoria - espécie de sumário do trabalho realizado em cada sessão. Deverá incluir um item para a avaliação.

Se possível, poderão ser incluídas no kit algumas propostas de trabalho, tendo em conta a área de atuação, que ajudarão o mentor nas sessões iniciais até conhecer melhor o colega.

Estes documentos poderão ser disponibilizados em formato digital para assegurar a facilidade de utilização, atualização e consulta, por parte da equipa e do diretor de turma dos alunos envolvidos.

 

4º Criação dos pares (mentor/mentorando)

O critério principal para a atribuição de um mentor a um mentorando deve ser pedagógico, isto é, o perfil do mentor deve adequar-se às necessidades do mentorando. Deve ter-se também em conta a compatibilidade de personalidades. 

Posteriormente, é fundamental ter em conta a disponibilidade de horários de um e de outro de forma assegurar-se a regularidade e continuidade das sessões.

 

5º Monitorização e avaliação

A equipa responsável pelo programa de mentorias deve acompanhar a par e passo os alunos mentores, devendo ajudá-los a:

  • Planificar as sessões iniciais para se assegurar de que o aluno se sente preparado para o trabalho a realizar, quer a nível emocional quer nas atividades a dinamizar com o mentorando;
  • Avaliar o trabalho realizado, introduzindo ajustes nas propostas de trabalho sugeridas pelo mentor, se necessário.

Pelo menos uma vez por período, a equipa responsável pelo programa deverá dinamizar uma sessão de acompanhamento, em que os alunos mentores apresentem:

  • conquistas
  • dificuldades
  • problemas/obstáculos

Em conjunto, podem surgir estratégias que poderão ajudar a melhorar desempenhos. Para além disso, é fundamental que se vá fazendo o acompanhamento de todo o programa para se introduzirem reajustes, quer ao nível dos pares criados (mentor/ mentorando), quer das estratégias implementadas.

***

Disponibiliza-se aqui o conjunto de documentos (REA) que facilitam a construção de todo o programa de mentoria num agrupamento ou numa escola não agrupada. Podem ser usados e, se assim se entender, alterados, livremente. Pede-se tão somente que se respeite a licença CC aplicada. Os formatos usados são .pdf, docx, e pptx porque usados em todas as escolas.

- Exemplo de uma ficha de candidatura espontânea do aluno;

- Exemplo de um diário de mentoria;

- Apresentação "O papel de um mentor";

- Apresentação "Procedimentos a seguir durante as sessões";

- Apresentação "Atividades a realizar nas sessões".

***

Para citar este artigo ou utlizar os documentos:

Bibliotubers (2020). O programa de mentorias no Agrupamento. From https://bibliotubers.com/o-programa-de-mentoria-no-agrupamento-35740

 

Bibliografia de apoio:

Guide d´implantation d´un programme de mentorat en milieu scolaire (2020). Retrieved 6 September 2020, from https://www.ctreq.qc.ca/wp-content/uploads/2014/09/Guide-Mentorat.pdf

Programme de mentorat au secondaire (2020). Retrieved 6 September 2020, from https://albertamentors.ca/wp-content/uploads/2013/10/mentorat_manuel.pdf

Partnering for Success - A Resource Handbook for Mentors (2020). Retrieved 6 September 2020, from http://www.edu.gov.on.ca/eng/teacher/NTIPMentor.pdf

A GUIDE FOR IMPLEMENTING PERSONALIZED STUDENT LEARNING PLAN (PSLP) PROGRAMS (2014). Retrieved 6 September 2020, from https://www.state.nj.us/education/cte/pslp/PSLPGuide.pdf

The mentor toolkit - 110 mentoring activities (2020). Retrieved 6 September 2020, from https://www.irscfoundation.org/uploads/files/Mentor_Toolkit.pdf

 

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Conselhos telegráficos para os professores

Para refletir e aplicar na atividade letiva

Agosto 29, 2020

Ao longo dos últimos posts, o Biblio Tubers tem refletido sobre os conselhos dos especialistas na área da educação e o resultado de alguns estudos que são unânimes em apontar três aspetos que se destacam:

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1. A autonomia e a capacidade de aprender a aprender e ao longo da vida são as competências chave para qualquer cidadão.

2. Os estudantes exigem um sistema educativo em que a conetividade e a aprendizagem digital, associadas ao desenvolvimento de soft skills (comunicação, pensamento crítico, resiliência), são primordiais.

3. A inovação em educação é premente e, desejavelmente, poderá passar pela criação de novos ambientes educativos, em que o aluno tem uma participação ativa na sua aprendizagem e em que a tecnologia é o meio que facilita o trabalho dos docentes e a aprendizagem dos alunos.

Neste início de ano letivo que está à porta, as dúvidas são muitas, fruto do Covid-19. 

Existem, contudo, algumas certezas que podem contribuir para a melhoria do processo educativo e que são aqui apresentadas em cinco conselhos telegráficos.

 

1. O aluno só aprende fazendo. Desafie-o.

Os conteúdos programáticos devem ser "descobertos" pelos alunos, através da utilização de metodologias ativas que os levem  a descobrir, a questionar, a aplicar e a comunicar/partilhar. A metodologia de trabalho de projeto ou a sala de aula invertida são bons exemplos destas práticas.

Se quiser saber mais:

 

2. O trabalho colaborativo entre professores deve ser a regra. Colabore.

Ao invés de cumprir horas "obrigatórias" de trabalho colaborativo, os docentes devem trabalhar em equipa, procurando criar oportunidades de aprendizagem verdadeiramente transdisciplinares e inovadoras.

O início do ano letivo é fundamental para a implementação de novas práticas de trabalho colaborativo, sobretudo ao nível de conselhos de turma em que os docentes devem planificar projetos que, por um lado, respondem às necessidade de cada turma e, por outro, fomentam aprendizagens disciplinares, mas sobretudo o desenvolvimento de mutiliteracias.

A regra é fazer menos e com mais qualidade. As grelhas e planos que copiam competências e aprendizagens essenciais servem de pouco se não tiverem aplicação prática. Simplificar e trabalhar com o outro dá-nos segurança e promove a mudança de práticas, que tanto urge.

Se quiser saber mais:

 

3. Avaliar para melhorar práticas e aprendizagens. Não complique.

Os critérios de avaliação em vigor nas escolas devem ser apropriados pelos docentes para que sirvam o propósito último que é a melhoria das aprendizagens dos alunos. Nesse sentido, as palavras de ordem são simplificar e diversificar.

Simplificar para que os alunos percebam o que se pretende que aprendam. A regra é sempre a de discutir os critérios de avaliação com os alunos. Crie rubricas de avaliação simples, funcionais e, sobretudo, exequíveis.

Diversificar no tempo, no modo e na forma de "fazer avaliação". Deixe para trás a ideia de que tem de avaliar tudo o que todos os alunos fazem. Procure recolher evidências daquilo que aprendem. Ouse estimulá-los, levá-los a mostrar o que aprenderam e como o fizeram. Em qualquer dos casos, o seu feedback é fundamental.

Se quiser saber mais:

 

4. O digital veio para ficar. Tire partido dele.

Os professores portugueses foram, no passado próximo, obrigados a usar plataformas de LMS e recursos/ferramentas digitais. Todo esse know-how deve ser rentabilizado para diversificar estratégias, recursos e até formas de avaliar.

O professor deve ousar misturar o ensino online e o presencial, criando momentos de trabalho diversificado em que diferentes alunos realizam percursos pedagógicos distintos. Por exemplo, alguns alunos trabalham online (ainda que na sala de aula) e outros em grupo ou individualmente com o apoio do professor.

Os cenários com recurso a um modelo híbrido são quase infinitos e permitem adequar as tarefas aos alunos e ao que cada um deve aprender.

Se quiser saber mais:

 

5. Os Recursos Educativos Abertos (REA) são de todos. Use-os.

Como se costuma dizer "a roda já foi inventada." Não perca tempo a criar recursos do zero, pois certamente já existem alguns que pode transformar e adequar às suas necessidades. 

Integre redes de aprendizagem onde, para além de poder usar os recursos existentes, pode partilhar também os seus.

Se quiser saber mais:

 

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