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Biblio Tubers

Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

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Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

Repensar o futuro da educação: o que pensam os jovens?

Das soft skills à aprendizagem digital

Agosto 02, 2020

A 15 de julho, as Nações Unidas comemoram o Dia Mundial das Competências dos Jovens, reconhecendo a capacidade que têm de fazer escolhas relativamente à sua vida académica e profissional.

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Photo by Felicia Buitenwerf on Unsplash

 

Este ano, face à situação de pandemia, s jovens apresentaram sugestões para redesenhar a educação no pós Covid-19, para fazer face a um mundo que muda tão rapidamente.

De entre as competências que entendem privilegiar, destacam quatro:

  1. Competências modernas, que preparem o jovens para a aprendizagem ao longo da vida o que implica a atualização dos currículos académicos.
  2. Soft skills são a chave, nomeadamente a comunicação, o pensamento crítico, a resiliência...
  3. Conetividade e aprendizagem digital são fundamentais em educação, pelo que os sistemas educativos devem privilegiar a vertente digital.
  4. Descentralização da educação, de forma a alcançar comunidades vulneráveis.

 

Leia o artigo na íntegra abaixo:

 

Reimagining the future of skills: what do young people think?

  • COVID-19 is casting a long shadow over the futures of young people all around the world.
  • On World Youth Skills Day, we asked young people their thoughts on redesigning education and skills for the post-COVID era.

 

 

 

Referência: Reimagining the future of skills: what do young people think?. (2020). Retrieved 2 August 2020, from https://www.weforum.org/agenda/2020/07/reimagining-future-skills-what-we-learned-young-people/

 

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Que caminhos abrem as orientações do Ministério da Educação para 2020/21?

Como pode a tecnologia ajudar a mudar a educação?

Julho 21, 2020

As experiências da Estónia, Uruguai, Finlândia, República da Coreia e EUA foram o ponto de partida para a procura de respostas que se poderão colocar no próximo ano letivo e que são apresentadas no documento que aqui analisamos - Tecnología: lo que puede y no puede hacer por la educación - Una comparación de cinco historias de éxito, do Banco Interamericano do Desarollo:

  • O que acontecerá se as escolas encerrarem?
  • Como podem os estudantes aprender sem a presença física de um professor?
  • Como avaliar as aprendizagens dos estudantes?

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Photo by Caleb Jones on Unsplash

 

O pensamento que sobressai destes cinco exemplos podem trazer pistas importantes para os planos de ação que as escolas estão a criar para o próximo ano letivo.

As orientações do ME apontam preferencialmente para o ensino presencial, contudo, sabemos que, de um momento para o outro, a educação pode ficar inteiramente dependente da tecnologia. Mais do que um problema, esta é uma oportunidade para desenvolver novas capacidades, necessárias para o sucesso pessoal, académico e profissional na era digital.

Nunca foi tão importante o aprender a aprender, o que implica uma profunda alteração nas formas de aprender e ensinar nas nossas escolas. Para além de competências sócios-emocionais como a empatia, a adaptabilidade, a resiliência, as competências digitais, como o pensamento crítico, a comunicação, a criatividade e a resolução de problemas associam-se  à necessidade de aprender ao longo da vida.

E, se nada disto é novo, agora, tornou-se premente.

Que desafios para as escolas?

  1. Implementar novas formas de aprender, a tecnologia permite adaptar/ diferenciar o processo de aprendizagem, criando instruções individualizadas, dentro do grupo turma, o que pode diminuir as desigualdades ao nível da aprendizagem.
  2. Atualizar o papel dos docentes, centrando a mudança/ inovação nas práticas pedagógicas consentâneas com as novas formas de aprender. Isto implica valorizar os professores e dar-lhes autonomia para que tomem decisões a nível local.
  3. Diversificar as práticas docentes, apostando na sua formação para a criação de recursos de aprendizagem adequados aos seus alunos e a novos ambientes de aprendizagem.
  4. Alinhar a educação com uma sociedade cada vez mais digital, pois as escolas devem ver a aprendizagem como um processo flexível, aberto e colaborativo que pode acontecer em qualquer parte, enriquecida com a tecnologia digital.

Veja-se a este propósito o modelo de aprendizagem inteligente do sistema educativo finlandês:

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Esta nova forma de ver e fazer educação implica uma rutura com a configuração tradicional da aula, gerida por um professor que controla o processo de ensino e aprendizagem. Os novos ambientes educativos devem promover a participação ativa dos estudantes na sua aprendizagem. O papel do professor é criar esses ambientes, discutindo os objetivos de aprendizagem com os estudantes e mostrando-lhes que são eles próprios que determinam a qualidade da sua aprendizagem.

A cultura organizacional da escola tem um papel importantíssimo para esta alteração de práticas. Colaborativamente, os professores devem desenhar estes ambientes de aprendizagem inteligentes, nomeadamente as metodologias a implementar e as ferramentas a utilizar, sem esquecer a importância de uma gestão adequada dos ambientes físico e virtual.

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Clicar na imagem para a ampliar

 

A avaliação, vista como elemento integrante de todo o processo, é fundamental, sendo o e-portefólio uma ferramenta poderosíssima, não só a  para a aprendizagem mas também para a avaliação.

O Biblio Tubers já disponibilizou um guia, dividido em três partes, sobre e-portefólios.

As cinco experiências apresentadas no documento mostram que a tecnologia pode ter um grande impacto nos processos de aprendizagem dos indivíduos e das sociedades, contudo, esta alteração só acontece se os líderes acreditarem nessa transformação, o que implica a tomada de decisões a nível local e não central.

 

Nota: As figuras apresentadas encontram-se no documento original aqui analisado. 

 

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Ler e escrever na e para a web

O que devemos saber

Julho 17, 2020

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Vários são os investigadores que se têm debruçado sobre os novos hábitos de leitura e escrita, decorrentes da omnipresença do mundo digital. Um dos resultados mais consistente, e que traz informação importante para quem comunica na web é que a leitura raramente se faz de forma linear (palavra a palavra, linha a linha), mas sim na diagonal.

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Imagem de mohamed Hassan por Pixabay

 

São, fundamentalmente, dois os tipos de leitura que mais se praticam na web:

  1. Scanning, a forma de leitura prática e objetiva, que praticamos quando precisamos de encontrar uma informação específica num texto que aborda diversos assuntos.
  2. Skimming é outra técnica de leitura, também muito usada, um tanto mais complexa que o scanning, mas igualmente prática, eficiente e objetiva. A diferença entre os dois é que no skimming não procuramos apenas palavras ou tópicos específicos, mas, sim, informações importantes presentes em todo o texto.

Esta realidade, apesar de assustadora para alguns, mais conservadores,  não pode deixar de (n)os levar a debruçar sobre as novas formas de apreender a informação e de "procurar" o que de facto (n)os interessa.

Ora isto, desafia-(n)os a mudar a forma como escrevem(os), para comunicarmos melhor, na web.

Para além disso, esta capacidade de percorrer o texto, na web, em busca do que é essencial, é cada vez mais uma competência necessária, pois fomenta o espírito crítico e a capacidade de tomar decisões fundamentadas.

Podemos lamentar, tentar adiar o inadiável, tapar o sol com a peneira, mas o facto é que temos de nos adaptar e aprender a escrever e a ler na web.

Nesse sentido,temos de tornar o texto atrativo, conciso e claro (preciso). O parágrafo mais importante é o primeiro, pois é o que capta a atenção do leitor.

Os estudos que têm sido feitos nesta área apontam para algumas caraterísticas que os leitores da web procuram e que facilitam a leitura:

  •  Criar títulos e subtítulos claros que espelhem o conteúdo do texto.
  • Destacar expressões (ou palavras) chave, para chamar a atenção e orientar a leitura. 
  • Incluir links, caixas de texto, palavras em negrito.
  • Criar listas e esquemas.
  • Inserir tabelas com a organização da informação.
  • Selecionar imagens que falem por si, que chamem a atenção e "agucem" a curiosidade do leitor.
  • Evitar generalizações e afirmações vagas e, sempre que possível, mostrar exemplos claros.
  • Facilitar uma leitura "scanning" do seu texto (utilize palavras destacadas, listas, espaços a separar a informação).
  • Incorporar elementos multimédia.
  • Estimular a vontade de ler (mais), por exemplo através da divisão do conteúdo do artigo em partes, em capítulos ou episódios que vão sendo publicados ao longo do tempo, com regularidade.

Nota: Não esquecer que não estamos a escrever no papel, pelo que temos a possibilidade permanente de alterar/atualizar o texto. Logo, deve priveligiar-se a atualidade, e por isso, podemos e devemos, sempre, melhorar, alterar, acrescentar a informação, à posteriori.

 

Bibliografia: 

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Da aula tradicional aos ambientes educativos inovadores

A escola em modo presencial e virtual | pistas

Julho 16, 2020

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As escolas estão a preparar o próximo ano letivo e a delinear planos para as modalidades de ensino presencial, misto e a distância. Independentemente da modalidade, as escolas não podem perder a oportunidade de implementar mudanças de fundo, com recurso ao digital, e de criar cenários de aprendizagem inovadores, capazes de responder a diferentes ritmos e estilos de aprendizagem dos alunos.

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Photo by Sushobhan Badhai on Unsplash

 

José Ángel Plaza, no artigo "Del ´aula huevera´a la hiperaula", publicado na revista Retina de junho de 2020, apresenta propostas de ensino híbrido, que implicam alterações de tempo, espaço e relação entre os atores educativos.

O Biblio Tubers deixa aqui as grandes linhas deste artigo que poderá apontar soluções interessantes para as escolas que querem inovar.

O autor reforça a ideia de que devemos manter as boas práticas do ensino a distância a que fomos "obrigados", no fim do ano letivo transato, e fazer a ponte, para garantir que não se verifica uma desconexão do processo de aprendizagem, sobretudo quando o ensino está a necessitar de uma verdadeira transformação.

Para isso, o professor deve desenhar novos cenários, experiências e trajetos de aprendizagem que ensinem os alunos a movimentarem-se na informação abundante a que têm acesso e a encontrar aí utilidade.

A aposta mais acertada é o ensino híbrido - uma mistura de educação presencial e virtual, pois, tal como refere Fernández Enguita, a chave para esta mudança é saber aproveitar a tecnologia material e as tecnologias sociais que se desenvolvem sobre ela (redes, grupos colaborativos, cooperação entre pessoas, para organizar um "contexto de aprendizagem mais útil, eficaz e eficiente").

A hiperaula (em Portugal utilizamos o conceito de ambientes educativos inovadores) prevê a implementação de novos modelos de aprendizagem que implicam a reorganização de espaços, de tempo e das relações entre docentes e estudantes:

  • Hiperespaço - mais amplo, aberto e flexível. Alberga vários professores e estudantes organizados em grupo ou individualmente.
  • Hipermédia - As atividades realizadas recorrem a todo o tipo de suportes e formatos (áudio, vídeo, imagem e texto) e passam com naturalidade do presencial para o virtual, do analógico para o digital.
  • Hiperrealidade - O uso da realidade virtual, aumentada, imersiva, tecnologia 3D, simulações, possibilita uma representação dos conteúdos mais atrativa e fomenta uma maior interação.

 

A multidisciplinaridade e o trabalho colaborativo que estes ambientes híbridos proporcionam, fomentam a autonomia da aprendizagem, o pensamento crítico e o desenvolvimento das competências consentâneas com o perfil do aluno do século XXI.

 

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Ensinar e aprender online | estratégia digital

A complementaridade entre as modalidades síncrona e assíncrona

Julho 13, 2020

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Os desafios da aprendizagem online tornaram-se relevantes no final do ano letivo transato e trouxeram com eles a necessidade de repensar o processo de ensino a distância.

Numas escolas, privilegiaram-se os momentos síncronos, noutras os assíncronos. A avaliação feita pelas escolas mostra que o ideal é tê-los como complementares. Um potencia o outro e os dois otimizam o processo de aprendizagem e os seus resultados.

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Foto de Ali Pazani no Pexels

 

Da experimentação de várias ferramentas, à tentativa de conhecer todos os recursos e de os utilizar com os estudantes, ficou certamente uma certeza: a escolha dos recursos e das ferramentas deve ser sempre pedagógica e a complementaridade de momentos síncronos e assíncronos é imprescindível, diriamos mesmo fundamental para o reforço e a promoção da autonomia dos estudantes.

A tentativa de reproduzir no digital o modelo presencial é, quase sempre, um desastre. Para além de  não colocar o aluno no centro da aprendizagem, não permite que o professor atualize a sua prática pedagógica. 

Neste artigo, o Biblio Tubers vai debruçar-se sobre os elementos a ter em conta em cada uma destas modalidades.

Comecemos pela definição que o Ministério da Educação (ME) dá, nas suas orientações para o próximo ano letivo:

Modalidade assíncrona, "aquela que é desenvolvida em tempo não real, em que os alunos trabalham autonomamente, acedendo a recursos educativos e formativos e a outros materiais curriculares disponibilizados numa plataforma de aprendizagem online, bem como a ferramentas de comunicação que lhes permitem estabelecer interação com os seus pares e docentes, em torno das temáticas em estudo."

Exemplos de atividades: fóruns de discussão, quizzes, vídeos, tutoriais, podcasts, votação, documentos digitais, ...

Modalidade síncrona, "aquela que é desenvolvida em tempo real e que permite aos alunos interagirem online com os seus docentes e com os seus pares para participarem nas atividades letivas, esclarecerem as suas dúvidas ou questões e apresentarem trabalhos."

Exemplos de atividades: sala de aula virtual (vídeoconferência), apresentação ao vivo, chat, mensagens instantâneas, webinar, ...

Algumas das atividades poderão ser dinamizadas em sessões assíncronas e/ou síncronas, consoante a forma como as utilizamos, pelo que é o objetivo pedagógico que deve ser tido em conta, quando selecionamos a modalidade, um recurso, ou uma ferramenta.

De facto, vários são os estudos (Sitzman et all, 2006) que mostram que o ensino híbrido tem resultados mais eficazes na aprendizagem dos estudantes, pois tiram partido do ritmo individual de cada um, associando-lhe as potencialidades da interação social que a modalidade síncrona permite.

Dadas as características das sessões síncronas, estas devem ser reservadas para momentos em que a interação com os alunos seja importante. Contudo, que não se descure a importância do feedback regular aos estudantes nas sessões assíncronas, uma vez que nas síncronas este ocorre em tempo real.

Uma nota final para as potencialidades da modalidade assíncrona que, para além da flexibilidade (tempo, local, diversidade de recursos, ...), favorece aprendizagens mais efetivas, pois os alunos têm mais tempo para processar a informação (aprender novos conteúdos, integrá-los e aplicá-los), para praticar e melhorar, com base no feedback que o professor irá dando.

Para isso, os docentes podem utilizar as seguintes atividades, no modelo assíncrono, assegurando uma aprendizagem efetiva  (adaptado de Dunlap e Stouppe, 2007):

  • Aprender/ Conhecer

Apresentação de diapositivos com voz, podcasts, vídeos, tutoriais, links para sites certificados, exercícios variados que permitam feedback.

  • Integrar

Animações, demonstrações, perguntas e respostas, discussões, mapas de conceitos, testes.

  • Aplicar

Excercícios que implicam a tomada de posição, estudos de caso, simulações, resolução de problemas, projetos, tarefas complexas.

 

Bibliografia:

Dunlap, J. C., Sobel, D. & Sands, D. I. (2007). Designing for deep and meaningful student-to-content interactions. TechTrends, 51(4), 20-31.

Shank, P. (2020). (The Right) Learning Modalities To Deliver Digital Learning: Part 1 - eLearning Industry. Retrieved 13 July 2020, from https://elearningindustry.com/asynchronous-and-synchronous-modalities-deliver-digital-learning.

Sitzmann, Traci & Kraiger, Kurt & Stewart, David & Wisher, Robert. (2006). The comparative effectiveness of Web-based and classroom instruction: A meta-analysis. Personnel Psychology. 59. 623 - 664. 10.1111/j.1744-6570.2006.00049.x.

 

 

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Colaborar para aprender | Cenários para 2020/21

Desenhar um programa de tutorias e mentorias

Julho 09, 2020

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As escolas estão a preparar o início do próximo ano letivo e com ele a criar planos de ação capazes de se adequarem a diferentes cenários. Um dos documentos pedagógicos a criar é o programa de tutorias e mentorias. A este propósito consulte o post Orientações do ME para o ano letivo 2020/2021 | O papel das tutorias e mentorias.

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Photo by Sebastian Pichler on Unsplash

 

A pirâmide da aprendizagem (William Glasser, 1998)  mostra-nos de forma clara que aprendemos melhor quando ensinamos algo a alguém. Se associarmos a este facto a importância da diferenciação pedagógica e da motivação, talvez tenhamos descoberto um caminho que permitirá a melhoria das aprendizagens dos estudantes.

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De facto, os alunos com mais dificuldades de aprendizagem, mais desmotivados ou até com problemas de comportamento necessitam de um olhar diferente e de uma resposta diferenciada e individualizada.

A orientação do Ministério da Educação (ME) para a criação de programas de mentoria e tutoria poderá ser uma ação de sucesso que as escolas não deverão descurar.

O tutor/ mentor é um facilitador de aprendizagens. Este papel pode ser desempenhado por um professor, ou um aluno. De acordo com as orientações, um tutor será um professor e um mentor, um aluno.

O programa de tutorias e mentorias visa incrementar o envolvimento dos alunos nas atividades educativas, e deve ser visto como uma medida preventiva. A sua avaliação deve ser feita de forma sistemática, para que o acompanhamento seja eficaz.

O acompanhamento dos alunos poderá ser feito em várias áreas, por exemplo:

- Métodos de estudo 

- Leitura e escrita

- Relação com o(s) outro(s)

- Áreas disciplinares 

- Literacias

Uma vez que se pretende fomentar a autonomia dos alunos, é importante que este seja confrontado com vários métodos de estudo e que aprenda a autoavaliar o seu desempenho. Uma das estratégias interessantes a desenvolver, no início do programa de tutoria /mentoria é a identificação do estilo de aprendizagem do aluno, para que a estratégia a seguir nas sessões de trabalho seja o mais adequada possível (sugere-se a utilização da teoria das inteligências Múltiplas de Gardner, 1998).

O desenho destes programas deve ser visto de forma integrada, podendo ser seguida a mesma metodologia para a sua criação.

A seleção de um tutor (professor) e/ ou mentor (aluno) deve decorrer do diagnóstico feito, das necessidades identificadas e do perfil de cada um dos intervenientes.

O Biblio Tubers sugere o seguinte ciclo para o programa de tutorias/ mentorias:

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O desenho destes programas deve ser simples e claro, preferencialmente em suporte digital para facilitar a sua atualização e partilha. Os documento de trabalho a criar para cada uma das etapas do ciclo devem ser disponibilizados online para facilitar o seu acesso, consulta, utilização e eventual alteração (Recursos Educativos Abertos). Deve ser evitado o formato PDF pelo tempo que demora a tornar editável.

Dessa forma os responsáveis pelo programa, bem como os diretores de turma e professores dos alunos envolvidos saberão em tempo real o trabalho realizado e a avaliação feita. Para além disso, poderão sugerir propostas de atividades ou de recursos, tendo em conta a evolução dos alunos.

 

Bibliografia:

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Orientações do ME para o ano letivo 2020/2021 | O papel das tutorias e mentorias

A centralidade do trabalho colaborativo

Julho 08, 2020

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Photo by Tadeusz Lakota on Unsplash

 

As orientações emanadas do  Ministério da Educação, no passado dia 3 de julho, relativas à organização do ano letivo 2020/2021 apontam para a implementação de planos capazes de fazer face aos diversos cenários que possam vir a ocorrer, face à pandemia da doença Covid-19.

Estes cenários implicam a criação de documentos orientadores que devem ter em conta os seguintes regimes:

 

1. Presencial - Apesar de alunos e docentes estarem fisicamente no mesmo local, devem ser criadas atividades mobilizadoras do trabalho autónomo dos estudantes, preferencialmente com recurso às plataformas LMS já utilizadas em plena pandemia.

As práticas pedagógicas em regime presencial deverão contemplar a criação de grupos de trabalho, organizados de acordo com objetivos pedagógicos ou necessidades educativas dos alunos. Desta forma, o professor promove a autonomia dos estudantes, acompanhando os que mais necessitam.

O modelo de sala de aula invertida adequa-se a esta mudança de práticas e a biblioteca escolar poderá contribuir com recursos, atividades e conteúdos.

 

2. Misto - Este modelo combina atividades presenciais com sessões síncronas e trabalho autónomo.

As propostas deixadas no artigo "De que se fala quando se fala de Ensino Híbrido?" apontam caminhos para uma efetiva implementação do regime misto, que implica, por parte dos docentes, uma integração do digital em contexto educativo (a este propósito veja-se o artigo Ideias para um modelo híbrido de ensino).

 

3. Não presencial - O processo de ensino e aprendizagem ocorre em ambiente virtual, com separação física entre docentes e estudantes.

A experiência do ensino a distância no ano letivo 2019/ 2020 deve ser o ponto de partida para este regime, o que implica avaliar. Esta avaliação deve centrar-se no processo, para assim permitir uma mudança efetiva e tão necessária:

  • Que práticas foram implementadas e que mudanças provocaram?
  • Destas práticas quais se devem manter?
  • Como foi a a interação com os diferentes atores educativos? E qual o seu feedback?
  • A infraestrutura tecnológica foi suficiente?
  • As aprendizagens foram avaliadas? Como? Com que resultados?
  • ...

Para isso, cada escola deve criar planos de ação concretos, simples e exequíveis, onde se defina claramente o tempo, a comunicação e a tecnologia. [Consulte o artigo Ensino remoto OU Ensino online?]

O professor é incontornável na mudança de práticas que estes planos de ação exigem, não só pela experiência adquirida através dos últimos meses, mas sobretudo porque é o profissional mais qualificado.

A plataforma Impuls educació aponta dez aspetos a ter em conta no próximo ano letivo:

  1. Preparar-se, definindo protocolos de segurança.
  2. Aprender com a experiência, refletindo sobre o que funcionou bem e o que é preciso melhorar.
  3. Promover uma liderança partilhada, de forma a assegurar o compromisso de todos os profissionais, tirando partido do potencial de cada um.
  4. Implementar um sistema de comunicação eficaz que faça chegar a informação necessária e de forma atempada a todos os elementos da comunidade eucativa.
  5. Avaliar necessidades para assegurar a equidade e evitar o aumento das diferenças entre os estudantes.
  6. Manter um modelo de ensino misto, que facilita uma nova normalidade, contribui de forma significativa para a melhoria da qualidade educativa e prepara as escolas para a incerteza do futuro.
  7. Assegurar o desenvolvimento profissional dos docentes, fomentando a inovação educativa, com recurso ao digital.
  8. Diversificar metodologias e avaliação, com destaque para as metodologias ativas e estratégias de avaliação formativa.
  9. Desenvolver um currículo por competências, capaz de promover a aprendizagem ao longo da vida e a autonomia. 
  10. Inovar, nos canais, nos recursos e no tempo, criando uma verdadeira cultura de inovação.

 

Nesse sentido e, face à provável instabilidade do próximo ano letivo, o trabalho colaborativo entre docentes é fundamental para a planificação, implementação e monitorização destes planos de ação. A criação e/ou disponibilização de conteúdos digitais deve ser feita com base em critérios de qualidade, adequação e facilidade de utilização, pelo que a curadoria de conteúdos deve ser uma prática a disseminar.

Uma das respostas que o Ministério da Educação encontrou para assegurar uma aprendizagem o mais personalizada possível foi a implementação de programas de  tutoria e mentoria, para assegurar a promoção, acompanhamento, consolidação e recuperação das aprendizagens

"O modo de funcionamento das tutorias é definido pela escola, sendo o acompanhamento dos alunos realizado pelo professor tutor, em estreita ligação com o respetivo conselho de turma, em articulação com o programa de mentorias."

O programa de mentorias visa estimular o relacionamento interpessoal e a cooperação entre alunos. "Este programa identifica os alunos que, em cada escola, se disponibilizam para apoiar os seus pares acompanhando-os, designadamente, no desenvolvimento das aprendizagens, esclarecimento de dúvidas, na integração escolar, na preparação para os momentos de avaliação e em outras atividades conducentes à melhoria dos resultados escolares."

O Biblio Tubers disponibiliza um post sobre estes programas:

Programa de tutorias

Estes programas terão uma vertente presencial e online para melhor se adequarem a cada um dos três regimes previstos para o próximo ano letivo.

 

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e-Portefólios | Parte III - Monitorização e feedback: avaliar para aprender

Guia para a implementação de e-Portefólios

Julho 02, 2020

Consulte ainda a Introdução a este Guia para implementação de e-Portefólios, a Parte I - Características e funcionalidades e a Parte II - O blogue como plataforma de suporte

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Photo by Adrian Swancar on Unsplash

 

O portefólio é um instrumento de avaliação muito poderoso, não só porque facilita a avaliação do produto das aprendizagens dos alunos, mas sobretudo porque é o retrato fiel de todo o processo.

Esta característica distingue-o de quase todos os outros instrumentos de avaliação e é uma das mais valias, pois, para além de favorecer a autonomia, o pensamento reflexivo e a capacidade metacognitiva, facilita o trabalho dos professores, quer no acompanhamento do aluno - com identificação de dificuldades ou/ e potencialidades - quer na sua avaliação, formativa e sumativa.

Desta forma, temos o retrato de todo o trabalho realizado pelo aluno - o seu empenho, o seu progresso, as suas conquistas em todas as áreas do currículo, para além de permitir identificar as diferentes áreas de competência do Perfil do Aluno à saída da escolaridade obrigatória.

Os estudantes, nos seus portefólios, devem ser levados a colocar evidências da sua identidade académica e até pessoal, como por exemplo:

  • planificação do trabalho a realizar e a definição de metas;
  • aprendizagens realizadas;
  • dificuldades encontradas e estratégias para as superar;
  • reflexões;
  • feedback dado por professores e colegas;
  • colaboração com outros colegas;
  • projetos escolares (individuais e de grupo) e pessoais;
  • apresentações realizadas.

 

Vários são os autores que identificam como grandes vantagens do portefólio a motivação, a responsabilidade e a dedicação dos alunos. Para além disso, um portefólio:

  • reflete a aprendizagem de cada aluno;
  • integra o conhecimento dos alunos;
  • promove aprendizagens mais efetivas, pois implica reflexão, autoconhecimento e metacognição;
  • identifica escolhas e objetivos do aluno, a nível académico;
  • é o retrato das competências desenvolvidas e das realizações.

 

O esquema seguinte, elaborado a partir do modelo de aprendizagem experiencial de Kolb, evidencia de forma clara a importância do feedback e da partilha para que se construam aprendizagens significativas. O aluno planifica, executa e reflete, num ciclo de aprendizagem completo, que favorece a monitorização e a avaliação.

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A model of e-portfolio-based learning, adapted from Kolb (1984) in JISC, 2008, Effective Practice with e-Portfolios.

 

Enquanto instrumento de avaliação, devem ser criadas rubricas (com base em critérios de avaliação que devem ser do conhecimento dos alunos), para que estes se possam autoavaliar e os docentes acompanhar as aprendizagens.

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e-Portefólios | Parte II - O blogue como plataforma de suporte

Guia para a implementação de e-portefólios

Julho 01, 2020

Consulte ainda a Introdução a este Guia para implementação de e-Portefólios e a Parte I - Características e funcionalidades

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Photo by Timothy Dykes on Unsplash

 

A escolha de uma plataforma tecnológica para publicar os portefólios dos estudantes deve ter em conta alguns critérios como:

  • A facilidade de utilização e de acesso,
  • A possibilidade de integrar documentos e recursos em múltiplos formatos e oriundos de variados canais,
  • A disponibilização de funcionalidades que permitam a cada estudante a personalização do seu portefólio e que favoreçam experiências de aprendizagem autênticas, nomeadamente a facilidade de partilha e interação com outros utilizadores.

...

Nesta apresentação, reflete-se sobre as potencialidades do blogue enquanto e-Portefólio académico e sobre os seus propósitos.

O blogue como portefólio

 

Existem inúmeras plataformas que servem estes desígnios, nomeadamente a Wordpress que tem como características principais a flexibilidade, a autenticidade e a versatilidade. 

De realçar que os e-portefólios permitem uma aprendizagem autêntica no domínio da cidadania digital e da segurança on-line. De facto, preparar os estudantes para a vida ativa já não é suficiente, eles devem ser envolvidos em projetos reais e perceberem que podem ser agentes de mudança. 

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e-Portefólios | Parte I - Características e funcionalidades

Guia para implementação de e-Portefólios

Junho 24, 2020

Leia aqui a introdução a este Guia para implementação de e-Portefólios.

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Photo by Timothy Dykes on Unsplash

 

Um e-Portefólio académico é uma coleção criada pelo aluno que retrata o seu percurso de aprendizagem - sucessos, mas também dificuldades e a forma como as superou. O enfoque é no processo e não no produto em si, pelo que fomenta a reflexão e favorece aprendizagens significativas.

Num e-Portefólio podemos incluir trabalhos, artigos, textos de opinião, infográficos, mapas conceptuais, gráficos, tabelas, posters, fotografias, imagens, vídeos pessoais ou de sítios como o YouTube ou o TedED, áudio (podcasts, entrevistas, reflexões pessoais, música)...

O e-Portefólio pode ainda retratar outros aspetos da vida de um estudante, nomeadamente as suas atividades extracurriculares.

Dado o seu caráter abrangente, reflexivo e em permanente construção, o e-Portefólio tem inúmeras vantagens:

  • gera e documenta as aprendizagens;
  • leva o aluno a autoavaliar-se a partir dos critérios de avaliação definidos pelo(s) docente(s), refletindo sobre o seu trabalho, o que estimula a metacognição;
  • fomenta a capacidade de aprender a aprender, o que contribui de forma significativa para que o aluno melhore o seu desempenho, com autonomia;
  • coloca o aluno no centro da aprendizagem e propicia o estabelecimento de ligações entre as diferentes aprendizagens/ áreas do saber;
  • desenvolve o pensamento crítico, a capacidade de resolver problemas e de comunicar;
  • favorece o feedback e facilita a avaliação (formativa e até sumativa), pelo que dispensa instrumentos de avaliação mais tradicionais;
  • Cria uma pegada digital do aluno que, no futuro, poderá ser uma mais valia para o estudante entrar no mercado de trabalho, para além de favorecer a aprendizagem ao longo da vida.

 

O e-Portefólio tem três grandes funcionalidades:

  1. Repositório de tarefas realizadas pelos estudantes. Os estudantes armazenam e coleccionam os seus trabalhos, em multiformatos.

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2.  Espaço de trabalho. Os alunos planificam, estabelecem metas, organizam experiências de aprendizagem, colaboram com outros alunos e com os professores, que podem fornecer feedback imediato.

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3.  Montra/ expositor do processo de aprendizagem do estudante. O e-Portefólio retrata as competências desenvolvidas pelos estudantes. Esta "montra" é avaliada pelo professor.

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Nota final: Os estudantes podem limitar o acesso ao seu e-Portefólio, pelo que as questões de privacidade podem ser acauteladas. 

 

Fonte das três últimas imagens: EUfolio (2015). ePortfolio Implementation Guide for Policymakers and Practitioners

 

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