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Biblio Tubers

Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

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Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

O Ensino Híbrido nos Planos de Desenvolvimento Digital das Escolas

A escola híbrida como oportunidade para transformar a educação, de Juan Ignacio Pozo

Janeiro 24, 2021

Apesar de todas as limitações, constrangimentos e desigualdades que o Ensino a Distância (E@D) criou nas nossas escolas, não podemos deixar de afirmar que promoveu práticas inovadoras e mostrou o potencial do espaço digital na educação.

O momento que vivemos atualmente em Portugal, confinados devido a uma pandemia que teima em não nos deixar, e no início de um ambicioso Plano de Transição Digital (PTD) da educação, cria as sinergias para refletirmos atempadamente sobre a necessidade de integrar o ensino híbrido nos Planos de Desenvolvimento Digital (PADD) que as escolas terão de elaborar até ao final do ano letivo.

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Relembramos, a este propósito, os artigos que o Biblio Tubers já publicou e que poderão contribuir para uma discussão profícua em torno deste tema.

 

Para voltarmos ao assunto, trazemos hoje um artigo notável, da revista diàlegs (nov. de 2020), da autoria de Jan Ignacio Pozo.

O autor começa por apontar as fragilidades que foram reveladas com o E@D, nomeadamente formas obsoletas, de ensinar e avaliar, o que aponta para a urgência de habilitar os cidadãos, de uma forma geral, para uma sociedade digital, e os professores para uma mudança de práticas.

O autor refere que estas práticas pedagógicas, mesmo em espaços virtuais, continuam a ser unidirecionais:

  • Os professores transmitem informação,
  • Os alunos respondem a fichas e tarefas para serem avaliados.

Ou seja, foram escassos os espaços de interação e colaboração que os ambientes digitais podem e devem promover, pois "a escola confinada perpetuou os modelos de ensino tradicional em que os docentes geriam todo o fluxo de informação em vez de ajudar os alunos a gerir melhor a sua interação com as tecnologias digitais". 

O autor alerta para a necessidade de alterar estas práticas enraízadas, incorporando a cultura digital na escola, pois não podemos fechá-la a a uma realidade que já faz parte da sociedade. Para isto, é necessário "transformar a cultura escolar, pensar em novas formas de ensinar e aprender, em novos projetos educativos, mais abertos e fluídos."

O ensino híbrido - em que se mescla o presencial e o virtual - pode incorporar os PADD, abraçando a tão necessária cultura digital, "não só como uma tecnologia, mas sobretudo como uma forma de nos relacionarmos com os outros e com o conhecimento".

O artigo termina com 10 ideias para renovar as formas de ensinar e aprender numa educação híbrida ou mista.

MAIS...

  • ...atividade cooperativa ou colaborativa, baseada no diálogo supervisionado entre iguais.
  • ... responsabilidade e autonomia para os estudantes.
  • ... aprendizagem experiencial.
  • ... estudo em profundidade de um menor número de temas.
  • ... atenção às necessidades cognitivas, afetivas e sociais de cada estudante.

 

MENOS...

  • ... passividade dos alunos, limitados a escutar e a receber informação quietos e sentados.
  • ... currículos sobrecarregados de conteúdos que tentam abarcar todos os temas.
  • ... enfâse na competição para a classificação.
  • ... memorização de factos ou detalhes.
  • ... instrução para toda a turma centrada na docência.

 

O Biblio Tubers deixa uma última recomendação a este propósito.

As escolas devem ousar mudar e propor mudanças de fundo, em que os docentes se sintam envolvidos e as boas práticas na área do digital sejam o ponto de partida para uma disseminação que se quer participada. Os PADD devem ser elaborados com ponderação e muita reflexão participada, para que sejam verdadeiros planos de ação que guiam os professores, mostrando para onde ir, mas também como o fazer com segurança, em rede. Claro!

Se preferir, oiça o podcast:

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Estúdio de literacias

Novos ambientes de cocriação nas escolas

Novembro 25, 2020

O mundo da educação está a mudar. Procura reencontrar o equilíbrio, abalado com a situação pandémica que o atormenta.

Deseja-se que, por uma vez, se deixe que tenda para a simplificação como qualquer outro sistema natural. Para isso a mudança deve ter origem nas escolas, nos professores e não na academia. Deve ser horizontal e não vertical.

O sistema educativo não suporta (mais) ruturas assentes em teorias, novas ou velhas, impostas por académicos ou decisores que não conhecem a Escola e a quem esta não reconhece autoridade.

É tempo da Escola se fazer ouvir e de assumir a mudança, para a sentir como sua e a adotar com naturalidade e responsabilidade. Sem ruturas, mas com mudanças efetivas, constantes - a ritmos diferentes - para não deixar ninguém para trás. É tempo de agir e de ouvir, de dar a voz aos professores, para que estes possam cumprir a sua missão. Ensinar.

Após este preâmbulo, o Biblio Tuber prossegue a sua missão de contribuir para a inovação nas escolas e apresenta uma proposta que, generalizada, poderá beneficiar o desenvolvimento de literacias nos estudantes, num processo natural, contextualizado e facilitador.

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Congregado num Estúdio de Literacias, a instalar nas escolas, dar-se-á corpo à criação de espaços onde os alunos poderão, com recurso à tecnologia, desenvolver projetos de trabalho variados, planificados por si e/ ou com os professores de forma a permitir o trabalho autónomo em torno das áreas de competência previstas no  Quadro Europeu de Competência Digital para Cidadãos e que se articula com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória:

Literacia de informação e de dados: 

  • Navegação, procura e filtragem 
  • Avaliação
  • Gestão

 

Comunicação e colaboração:

  • Interação
  • Partilha
  • Envolvimento na cidadania 
  • Colaboração 
  • Netiqueta
  • Gestão da identidade digital

 

Criação de conteúdos:

  • Desenvolvimento de conteúdo digital
  • Integração e reelaboração de conteúdo
  • Direitos de autor e licenças
  • Programação

 

Segurança:

  • Proteção de dispositivos
  • Proteção de dados pessoais e privacidade
  • Proteção da saúde e do bem-estar
  • Proteção do meio ambiente

 

Resolução de problemas:

  • Resolução de problemas
  • Identificação de necessidades e de respostas
  • Utilização criativa das tecnologias digitais
  • Identificação de lacunas na competência digital

 

Este Estúdio de Literacias poderá ser requisitado de forma autónoma pelos alunos (também o material poderá ser requisitado) ou em articulação com os conselhos de turma para a realização de projetos de turma.

Os alunos devem ter acesso a alguns recursos básicos:

  • Computador com ligação à Internet e com software de gravação e pós-produção de vídeo e áudio;
  • Câmara(s) de filmar (um bom tablet ou smartphone de última geração poderão substituir a câmara de filmar);
  • Colunas de som;
  • Microfones;
  • Monitor(es) (LCD ou LED);
  • ...

 

Idealmente, este Estúdio de Literacias deverá estar ligado aos monitores espalhados pela escola de forma a permitir emissões em direto, tendentes a promover uma cultura de escola que favoreça o saber e o conhecimento. 

Facilmente, poderão ser feitas emissões de rádio a partir deste Estúdio, para o Agrupamento e zonas populacionais envolventes e mesmo para o Mundo, via Internet.

Terminamos com uma condição para o sucesso deste Estúdio de Literacias. Este é um espaço de cocriação feito com e para os alunos. Assim se formam cidadãos autónomos, capazes de ter Voz num mundo cada vez mais mutável e competitivo.

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Planificar aulas híbridas

Pensar o presente, para responder aos desafios do amanhã

Novembro 03, 2020

A imprevisibilidade que caracteriza atualmente a educação, imposta pelas circunstâncias que vivemos, ilustra bem o grau de exigência com que se confrontam os professores. 

De facto, um pouco por todo o país há turmas em confinamento, obrigando os professores ao exercício de voltar ao ensino híbrido. pawel-czerwinski-sr9wzriI_48-unsplash.jpg

 

O Biblio Tubers, no seguimento da partilha de recursos educativos, deixa hoje três exemplos de planificações/ guias, simples e descomplicados, que poderão contribuir para a implementação de novas formas de ensinar, presencialmente e/ ou a distância.

O 1.º documento é um guia para um plano de aula, a distância, mista ou presencial, que orienta o trabalho dos alunos, favorecendo a sua autonomia na realização das tarefas e no acesso aos recursos que o professor cria/ disponibiliza para a sequência de aprendizagem planificada.

Este guia, organizado em sequências de aprendizagem, prevê momentos de trabalho em grande grupo (presencial ou síncrono) com a duração máxima de 10 minutos, para que os alunos assumam um papel ativo na sua aprendizagem.

Para facilitar a utilização do guia, sugere-se a utilização de uma plataforma de LMS, onde, entre outros, serão disponibilizados:

  • O guia da sessão,
  • Os recursos a consultar pelos alunos,
  • Um fórum de apoio/ ou chat da turma.

Uma nota final para a necessidade de simplificar a definição dos objetivos de aprendizagem, que devem ser discutidos com os alunos.

 

O guia apresentado anteriormente pode ser integrado num cenário de aprendizagem mais alargado que, seguindo o modelo proposto pela European Schoolnet, orienta a planificação do professor para o papel central do aluno, definindo não só os objetivos de aprendizagem, mas também as atividades em que os alunos vão ser envolvidos para concretizar estes objetivos.

Este modelo prevê, ainda, a utilização de ferramentas e recursos que contribuirão para a consecução do cenário, bem como a colaboração de outras pessoas e o acesso a outros lugares, que não o professor e a sala de aula.

 

Finalmente, e porque o saber não se baliza em disciplinas estanques e fechadas sobre si mesmas, apresenta-se um exemplo de uma planificação de um projeto que envolva várias disciplinas, de que são exemplo os domínios de autonomia curricular (DAC).

Este documento facilita a articulação das diferentes disciplinas e coloca a tónica nas fases do trabalho de projeto que deverão decorrer de forma natural e não balizadas pelo horário escolar e, consequentemente, pelas disciplinas. 

Para mais informações sobre o ensino híbrido, consulte os seguintes posts:

 

Caso deseje conhecer exemplos de utilização de alguns destes documentos, consulte as seguintes propostas do Colaboratório do Biblio Tubers:

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O Programa de Mentorias em ação

Boas práticas em alguns Agrupamentos de Escolas

Outubro 13, 2020

No seguimento dos três artigos do Biblio Tubers sobre o Programa de Mentorias,

  1. Orientações do ME para o ano letivo 2020/2021 | O papel das tutorias e mentorias Publicado a 08 Julho 2020 [ programa de mentorias." O programa de mentorias visa estimular o relacionamento interpessoal e a cooperação]
  2. Colaborar para aprender | Cenários para 2020/21 Publicado a 09 Julho 2020 [ programa de tutorias e mentorias. A este propósito consulte o post Orientações do ME para o ano letivo 2020]
  3. O programa de mentorias no Agrupamento, descomplicado Publicado a 06 Setembro 2020 [ programa de mentorias visa estimular o relacionamento interpessoal e a cooperação entre alunos.]

vimos agora divulgar boas práticas de quatro Agrupamentos de Escolas que poderão servir de exemplo e inspiração a outros:

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Tal como referimos anteriormente, este programa está previsto nas orientações do Ministério da Educação para o presente ano letivo e visa estimular o relacionamento interpessoal e a cooperação entre alunos. "Este programa identifica os alunos que, em cada escola, se disponibilizam para apoiar os seus pares acompanhando-os, designadamente, no desenvolvimento das aprendizagens, esclarecimento de dúvidas, na integração escolar, na preparação para os momentos de avaliação e em outras atividades conducentes à melhoria dos resultados escolares." 

As estratégias colocadas em prática variam de Agrupamento para Agrupamento, o que mostra os REA em ação, isto é, a reutilização das propostas feitas pelo Biblio Tubers, com as devidas adaptações à realidade específica de cada contexto.

Veja-se, a título de exemplo, a forma como é feita a escolha  dos alunos mentores que, no caso dos AE de Crato e AE n.º 2 de Abrantes, pode ser feita através de uma candidatura espontânea dos próprios alunos, ou  por indicação de um docente.

Uma nota para a forma como a avaliação é assumida no AE do Crato, pois estão previstos momentos de avaliação formal mas também informal. Ainda neste Agrupamento, as mentorias estão organizadas para que possam ocorrer nas três modalidades, presencial, misto e a distância, através de uma plataforma LMS, bem como a utilização do kit de mentoria sugerido pelo Biblio Tubers.

Abaixo, deixamos dois exemplos de duas candidaturas espontâneas de alunos do AE  N.º 2 de Abrantes que se propõem trabalhar em áreas de mentoria completamente distintas.

 

 

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Clique nas imagens para as ver maiores

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O Biblio Tubers vai continuar a acompanhar as estratégias colocadas em práticas pelos Agrupamentos de Escolas na implementação deste e de outros programas, valorizando os que optarem por tirar partido dos REA,  de forma descomplicada, simples e eficaz.

É este o propósito do nosso Colaboratório! (Clique na tag Colaboratório, para ler todos os posts

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comVALOR, recursos educativos abertos para a educação

Orientações da UNESCO para práticas educativas abertas

Outubro 10, 2020

A UNESCO, na quadagésima conferência geral, que se realizou em Paris, em novembro de 2019, apresentou a Recomendação sobre Recursos Educativos Abertos (REA), onde incita os Estados membros a desenvolverem projetos e ações nesta área.

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Pretende-se que os REA, cresçam e se disseminem, contribuindo para a criação de sociedades mais abertas e participadas. Nesse sentido, os países foram convidados a criar políticas de apoio que promovam o acesso efetivo, inclusivo e equitativo aos REA.

Em maio de 2020, face à situação pandémica vivida no mundo, a UNESCO lançou uma declaração conjunta sobre os REA, com vista à promoção de práticas educativas abertas e sobre o impacto que têm nos resultados da aprendizagem.

Nesta declaração são apresentados exemplos de sucesso que mostram que "a aplicação criteriosa de REA, em combinação com metodologias pedagógicas adequadas, objetos de aprendizagem bem projetados e a diversidade de atividades de aprendizagem, pode fornecer uma gama mais ampla de opções pedagógicas inovadoras para envolver educadores e alunos de forma a tornarem-se participantes mais ativos.” (UNESCO, 2020, Executive Summary).

Um pouco por todo o mundo têm nascido práticas de sucesso de que, entre nós, é exemplo A Banca de Conteúdos Digitais | Depósitos de VALOR

Este repositório de REA, criado pelo Biblio Tubers, apresenta-se desta forma:

Somos e estamos cada vez mais em Rede...
Uma Rede cada vez mais digital.
É nesta Rede que, cada vez mais, aprendemos, trabalhamos e nos divertimos... muito.
Na Rede encontramos tudo o que queremos, o que não esperávamos encontrar e até o que não queremos.
E como atribuímos VALOR ao que encontramos?
Depósitos de VALOR é uma banca de conteúdos digitais, em atualização permanente, destinada a quem quer conteúdos de VALOR.
Para trabalhar e aprender, mas sobretudo para fruir.
Descubra conteúdos em vários formatos e organizados em cinco grandes categorias:
  1. Biblioteca digital (autores portugueses, autores estrangeiros, livros técnicos, textos clássicos, bibliotecas digitais mundiais, teses-estudos-artigos, bancos de imagens)
  2. Revistas
  3. Recursos pedagógicos (trabalho de projeto, flexibilidade curricular, ensinar no séc. XXI, educação, recursos improváveis)
  4. Multiliteracias (literacia dos media, literacia digital, literacia política, outros)
  5. Áreas disciplinares (desde as artes, passando pelas ciências, filosofia, linguas, matemática, cidadania, entre outras).

Em dezembro de 2019, o Biblio Tubers publicou o artigo Tendências para 2020 | repositórios de recursos educativos abertos (REA) onde "dada a importância dos REA, aposta nesta tendência para o ano 2020 e insta as organizações educativas, escolas, bibliotecas, professores, investigadores a apostarem na criação e disseminação destes repositórios digitais, dado o impacto que têm na visibilidade que atribuem ao conhecimento e às entidades que o promovem, bem como os benefícios associados ao processo de ensino e de aprendizagem".

O comVALOR é por isso um repositório de conteúdos educativos abertos, feito por professores, que visa disseminar esta prática e contribuir para a criação de organizações aprendentes e inovadoras que se distinguem das tradicionais.

 

Veja como usar o site:

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Wikipédia: fiável ou não?

Os factos falam por si

Outubro 06, 2020

Muitas são as dúvidas que algumas pessoas têm sobre a tão conhecida Wikipédia.

Mas os dados não deixam dúvidas e apontam para uma utilização massiva (6.º site mais usado em Portugal e o mais acedido no mundo) e quem, de entre nós, nunca a utilizou nas suas pesquisas?

O Biblio Tubers procura, neste artigo, dissipar as dúvidas sobre a Wikipédia.

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Começamos com os dez factos sobre a Wikipédia que a maioria de nós não conhece e que ajudam a dissipar alguns malentendidos.

  1. Não está à venda
  2. O trabalho pertence a todos
  3. Fala javanês
  4. Não se pode simplesmente mudar qualquer coisa na Wikipéd
  5. Zela muito pela qualidade do conteúdo
  6. Não quer que se acredite nela cegamente
  7. Não está sozinha
  8. São apenas compiladores de informação
  9. Não é uma ditadura
  10. Está aqui para ficar

Vários são os estudos que têm sido feitos sobre esta enciclopédia cuja característica principal é a contribuição aberta e livre das pessoas. 

Em vez de desencorajar o seu uso, os professores devem mostrar as suas vantagens e desvantagens, promovendo a sua correta utilização. Esta pode passar por formação que ensine como criar, editar e avaliar artigos da Wikipédia (consulte um exemplo).

Ao contrário do que pensamos, o facto da Wikipédia assentar num modelo de contribuição aberta assegura a correção célere de qualquer informação menos correta.

A Wikipédia pode não ser perfeita, mas é o expoente máximo da democratização do conhecimento e o seu modelo aberto beneficia-nos a todos.

Este vídeo é de 2010.

 

Bibliografia:

 

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Ensinar e aprender no Séc. XXI: Os (novos) saberes

A aprendizagem ao longo da vida. O papel da Escola

Outubro 03, 2020

No âmbito das Jornadas de Utilização Pedagógica das TIC, organizadas pelo Instituto Politécnico de Leiria, no dia 2 de outubro de 2020, Jorge Borges (PNL 2027) dissertou sobre os novos saberes do (no) séc. XXI e sobre o papel que a escola deve assumir neste desiderato.

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Clicar na imagem para visualizar a transmissão

 

Esta comunicação assumiu um caráter provocador, pois levou os participantes a questionarem-se sobre três aspetos fundamentais:

1.º A formação contínua de professores

2.º A introdução da tecnologia nas políticas educativas em Portugal

3.º O papel do saber informal na Escola

4.º A centralidade da curadoria digital

Esta comunicação começou com uma reflexão em torno do Plano de Ação para a Capacitação Digital dos Professores, anteriormente apresentado pela diretora do Centro de Formação LeiriMar, Olga Morouço, e pela necessidade de ter em conta os ensinamentos do passado e os contributos do presente para que este plano de formação permita mudar práticas e não se cinja a questões técnicas, nomeadamente a utlização de determinadas ferramentas digitais.

A questão da aprendizagem, informal e em Rede, - o foco da comunicação - levou o orador à sociedade primitiva e à forma como o homem aprendia no passado e como aprende no presente. Que na essência não é diferente. Cada época tem a sua tecnologia, de acordo com a sua utensilagem mental, como se demonstrou com o caso do abade Marin Mersenne que, no séc. XVII, manteve uma  Rede, na Europa culta da época, com mais de 200 correspondentes. Enciclopedista, escrevia o seu pensamento e fazia-o chegar a cada um deles. Estes respondiam e ele coligia a informação. Criou uma obra com mais de 30 tomos. Este sábio comportou-se como um autêntico servidor, recorrendo à "tecnologia" de que dispunha na altura. Isto prova que o mais importante, em qualquer altura da história, é o fator humano.

As sociedades evoluem hoje a um ritmo vertiginoso, o que catapulta a aprendizagem ao longo da vida para primeiro plano, tornando a curadoria incontornável no processo de aprendizagem. É este processo que nos permite chegar ao conhecimento, pois facilita e alimenta o processo de aprendizagem, isto é, a transformação da informação em conhecimento, em qualquer idade, nivel de escolaridade e área profissional.

 

Ensinar e aprender no Séc. XXI: Os (novos) saberes

Na parte final, Filipe Santos, docente do Instituto Politécnico de Leiria e responsável pela organização das Jornadas, teorizou de forma notável sobre o conteúdo das comunicações, a partir dos comentários dos alunos.

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Que Plano para a Capacitação Digital dos Docentes?

4 sugestões alinhadas com as recomendações da UNESCO e da OCDE

Setembro 26, 2020

A resolução do Conselho de Ministros nº 30/2020 aprova o Plano de Ação para a Transição Digital, "em alinhamento com os objetivos políticos que irão nortear os investimentos da União Europeia no período de programação 2021-2027, de acordo com o Novo Quadro da Política de Coesão." (págª 6)

O Plano de Ação para a Transição Digital está organizado em três pilares e a Capacitação Digital de Docentes integra o 1º pilar, Capacitação e inclusão digital das pessoas.

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No âmbito deste Plano, está prevista a formação de todos os docentes das escolas públicas, pretendendo-se a "aquisição das competências necessárias ao ensino neste novo contexto digital." (págª 15)

Espera-se que esta medida contribua "ativamente para a modernização tecnológica das escolas, aproximando os alunos das ferramentas de produtividade e colaboração que podem encontrar num ambiente de trabalho profissional." (págª 15)

Estas intenções estão em linha com as recomendações/ ideias/ cenários de organismos internacionais como a UNESCO e a OCDE e devem consusbstanciar-se num plano de capacitação digital dos docentes que deve ter em conta quatro aspetos principais.

1. Ouvir os atores educativos, tirando partido da experiência e saber dos professores

 

Este Plano prevê três interlocutores:

Os formadores

Dado o perfil apresentado, seria de todo aconselhável que a formação não fosse pré-formatada ou pré-definida unilateralmente, pois a experiência destes profissionais certamente trará contributos fundamentais para o desenho da formação que vai ser implementada a nível nacional.

Os Centros de Formação de Associação de Escolas

Responsáveis pela organização da formação, para todos os docentes da sua zona de intervenção, têm ao seu dispor um Embaixador PTD que deverá ser a ponte entre as necessidades reais de cada Agrupamento, pelo que o seu papel se reveste de extrema importância. Mais do que selecionar profissionais com base em critérios como o grau de proximidade com a comunidade educativa, ou a disponibilidade de horário, importa escolher o Embaixador que melhor responda ao desafio que este Plano encerra.

Os Agrupamentos/ Professores

A realidade de cada Agrupamento implica um conhecimento que só os atores que o integram detêm. Nesse sentido, o papel primordial dos professores deverá ser reconhecido e estes deverão participar no desenho dos Plano de Ação do Agrupamento. 

 

2. Disponibilizar e fomentar a criação e partilha de recursos educativos abertos (REA)

 

Uma vez assegurado o acesso a computadores e à internet, os recursos educativos abertos podem cumprir o seu papel de fomentar a criação, recriação e partilha de recursos educativos, criados por e para professores, evitando-se, desta forma, o monopólio de empresas privadas, como alerta a UNESCO. 

"O acesso aberto e a disseminação da produção intelectual das organizações educativas será a marca distintiva num mercado cada vez mais competitivo, como é o da educação." (in Biblio Tubers, dezembro de 2019)

 

3. Refletir sobre a urgência da aprendizagem ao longo da vida assente na produção e circulação livre do conhecimento

 

Este Plano demonstra que a aprendizagem ao longo da vida se deve constituir como um desígnio nacional, pelo que todas as formas de educação -formal, não formal e informal- são fundamentais para dotar os cidadãos dos conhecimentos necessários para uma cidadania ativa e plena.

Desejavelmente, neste Plano de capacitação, mais do que mostrar caminhos pré-definidos, importa levar os docentes a selecionar, analisar, filtrar, organizar, utilizar e partilhar conteúdos relevantes.

 

4. Encarar as ferramentas digitais como meios que só ganham sentido quando servem o fim educativo

 

O Plano deve assegurar que, apesar de se pretender a capacitação digital dos docentes, as ferramentas digitais não devem, por si, ser objeto da formação. Cada docente deve ser levado a escolher os recursos digitais que melhor se adequem ao seu perfil e ao dos seus alunos. Só assim, de forma autónoma, preparará os seus alunos, para também eles aprenderem ao longo da vida, replicando um ciclo que, infelizmente, ainda não é prática corrente nas nossas escolas.

 

Terminamos com uma referência à UNESCO que apela para a necessidade de valorizar a profissão docente e a colaboração entre professores, o que remete para a importância da criação de Redes de Aprendizagem autossustentáveis que se alimentem da partilha entre estes profissionais.

Que este Plano de Capacitação para os Docentes promova uma Escola inovadora, resiliente e sobretudo transformadora.

 

Para saber mais:

 

Bibliografia

OCDE (2020). Back to the Future of Education: Four OECD Scenarios for Schooling | Retrieved 26 September 2020, from https://www.oecd.org/education/back-to-the-future-s-of-education-178ef527-en.htm

UNESCO (2020). Education in a post-COVID world: Nine ideas for public action. Retrieved 26 September 2020, from https://en.unesco.org/news/education-post-covid-world-nine-ideas-public-action

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III Seminário Internacional de Tecnologia e Ensino | Brasil

A tecnologia na Educação em Portugal

Setembro 24, 2020

Breve resenha, diacrónica, sobre a implementação da tecnologia na educação, em Portugal.

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Do programa Minerva ao Plano de ação para a transiçao digital, em curso. 

Os grandes desafios da educação, a terminar.

A tecnologia na educação em Portugal

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Vou dar uma aula de substituição! E agora?

Soluções práticas para lidar com o inesperado

Setembro 19, 2020

A incerteza que caracteriza a vida nas escolas implica planeamento estratégico e rentabilização de recursos.

Os planos de contingência dos Agrupamentos para o ano letivo 2020/21 contemplam, em muitos casos, a criação de uma bolsa de docentes, que, face à ausência de um professor, deverá assegurar a ocupação dos tempos escolares dos alunos.

Normalmente, estas são horas da componente não letiva ou, quando existe insuficiência de tempos letivos no horário dos docentes, da componente letiva (Despacho 10-A/2015).

Neste contexto, os professores ver-se-ão confrontados com situações imprevisíveis, uma das quais o acompanhamento de uma turma, em modo de substituição por ausência do professor.

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É óbvio que esta substituição nem sempre será planeada e que, dificilmente, se conseguirá ter acesso a um plano de aula.

 

O que fazer então?

Aproveite estas aulas de substituição para trabalhar competências transversais, nomeadamente as inscritas no perfil do aluno do século XXI.

 

E como fazê-lo?

1. Lançar um tema para discussão, a partir de um texto dos média:

  • Artigo de jornal
  • Vídeo
  • Podcast
  • Publicidade

Onde encontrar recursos deste tipo?

Sugere-se a utilização de sites agregadores de conteúdos fidedignos, pois, para além da sua fiabilidade, disponibilizam uma considerável diversidade de textos e de formatos.

Exemplo: Depósitos de VALOR | Banca de conteúdos digitais.

Veja a título exemplificativo como pode utilizar esta banca:

 

2. Conversar com os alunos sobre o tema do recurso selecionado, após a sua visualização / leitura / audição.

Como?

Em grande grupo ou individualmente, através, por exemplo, de um mapa de ideias coletivo (sugere-se a utilização do Coggle), em que os alunos inscrevem a sua opinião para depois ser apresentada e discutida, confrontando diferentes pontos de vista.

 

3.Promover a criação de um produto pelos alunos

O quê?

  • Um texto escrito,
  • um problema matemático
  • Um esquema
  • Um vídeo curto
  • Um post para uma rede social
  • Uma equação criativa
  • Um podcast
  • ...

Provavelmente, não terá tempo para chegar à terceira fase, a  de produção, contudo o contacto com textos dos média e o confronto de ideias são sempre momentos de aprendizagem e de consolidação de conteúdos.

 

Que exemplos?

Consulte as seguintes propostas criadas a partir de... 

... um excerto de uma série televisiva

... um texto

...um anúncio publicitário

...uma crónica

...um vídeo

...a declamação de um poema

 

Atreva-se a experimentar! Sem receios e surpreenda-se com a reação dos alunos. Tire partido dos recursos que tem à mão. 

Só está sozinho na sala de aula quem quer, ou quem não ousa...

 

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