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Biblio Tubers

Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

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Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

A metodologia de trabalho de projeto em ação

O papel do professor, enquanto agente de mudança

Julho 29, 2020

A escola portuguesa vive, atualmente, um período de profundas transformações que visam, prioritariamente, promover o sucesso dos alunos numa dimensão humanizada.

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Photo by Jeff Sheldon on Unsplash

 

O Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória e a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, por exemplo, associados a uma época de pandemia, exigem novas práticas e metodologias.

A metodologia do trabalho de projeto está contemplada neste documentos orientadores, pelo que se torna fundamental dotar os docentes de competências que lhes permitam colocar os alunos num papel central, proporcionando-lhes situações de aprendizagens significativas. Para além disso, promove:

  • A inovação nas práticas de gestão curricular;
  • O papel do professor, enquanto agente de mudança;
  • A reflexão sobre o trabalho de projeto na consecução dos objetivos definidos nos projetos de autonomia e flexibilidade curricular dos agrupamentos.

Esta metodologia favorece:

  • O desenvolvimento de competências consignadas no Perfil do Alunos: comunicar, trabalhar em equipa, decidir, avaliar;
  • O envolvimento do aluno na conceção, realização e avaliação de projetos, que articulam saberes de diversas áreas disciplinares e que promovem a transferibilidade das aprendizagens.

A apresentação que se disponibiliza mostra um exemplo de um dispositivo de intervenção, criado por um grupo de professores (João Magusto, João Vitor, Paula Ribeiro, Teresa Taborda e Sandra Santos), na oficina de formação "Gerir projetos no âmbito da autonomia e flexibilidade curricular:  a metodologia do trabalho de  projeto", que decorreu no CFAE A23, em Torres Novas.

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Serviço de Referência na Biblioteca do Agrupamento de Escolas de Sardoal

Acolher, informar, formar e orientar

Julho 23, 2020

Numa escola, ter acesso à informação é essencial tanto para o processo de ensino como para o de aprendizagem. É nesse apoio que o papel da biblioteca escolar se define cada vez mais: apoio a docentes,  a alunos, a encarregados de educação e a todos os elementos da comunidade educativa, quer presencialmente, quer a distância.

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Photo by Priscilla Du Preez on Unsplash

O mundo global que caracteriza a nossa sociedade exige o acesso rápido a qualquer sítio web, ideia ou opinião. Mas, para isso, temos de saber o que procurar, como e onde...

E é aqui que a biblioteca escolar assume uma presença fundamental de curadoria, orientação formação e divulgação de recursos.

Para tal, a biblioteca escolar tem de definir o seu serviço de referência, isto é "o apoio prestado ao utilizador na seleção e avaliação dos recursos informativos e na forma de lhes aceder. Este apoio ― que compreende o aconselhamento pessoal, a disponibilização de informação e a orientação no acesso aos recursos físicos e digitais ― assume tal relevância que, no presente, é ele que caracteriza a qualidade das bibliotecas, tanto ou mais do que as coleções que as compõem." (in: PORTUGAL. Ministério da Educação. Gabinete da Rede Bibliotecas Escolares. Portal RBE: Serviço de referência nas bibliotecas escolares: orientações [Em linha]. Lisboa: RBE, atual. 03-06-2020. [Consult. 23-07-2020] Disponível em WWW: <URL: http://www.rbe.mec.pt/np4/2572.html>)

Como tal, a Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Sardoal, que tem vindo a desenvolver nestes últimos anos um trabalho nesta área, decidiu publicar o documento Serviço de Referência na Biblioteca do Agrupamento de Escolas de Sardoal (clique no link para aceder ao documento).

 

Oiça aqui a apresentação deste serviço, feita pelo professora bibliotecária, Jacqueline Almeida.

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Que caminhos abrem as orientações do Ministério da Educação para 2020/21?

Como pode a tecnologia ajudar a mudar a educação?

Julho 21, 2020

As experiências da Estónia, Uruguai, Finlândia, República da Coreia e EUA foram o ponto de partida para a procura de respostas que se poderão colocar no próximo ano letivo e que são apresentadas no documento que aqui analisamos - Tecnología: lo que puede y no puede hacer por la educación - Una comparación de cinco historias de éxito, do Banco Interamericano do Desarollo:

  • O que acontecerá se as escolas encerrarem?
  • Como podem os estudantes aprender sem a presença física de um professor?
  • Como avaliar as aprendizagens dos estudantes?

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Photo by Caleb Jones on Unsplash

 

O pensamento que sobressai destes cinco exemplos podem trazer pistas importantes para os planos de ação que as escolas estão a criar para o próximo ano letivo.

As orientações do ME apontam preferencialmente para o ensino presencial, contudo, sabemos que, de um momento para o outro, a educação pode ficar inteiramente dependente da tecnologia. Mais do que um problema, esta é uma oportunidade para desenvolver novas capacidades, necessárias para o sucesso pessoal, académico e profissional na era digital.

Nunca foi tão importante o aprender a aprender, o que implica uma profunda alteração nas formas de aprender e ensinar nas nossas escolas. Para além de competências sócios-emocionais como a empatia, a adaptabilidade, a resiliência, as competências digitais, como o pensamento crítico, a comunicação, a criatividade e a resolução de problemas associam-se  à necessidade de aprender ao longo da vida.

E, se nada disto é novo, agora, tornou-se premente.

Que desafios para as escolas?

  1. Implementar novas formas de aprender, a tecnologia permite adaptar/ diferenciar o processo de aprendizagem, criando instruções individualizadas, dentro do grupo turma, o que pode diminuir as desigualdades ao nível da aprendizagem.
  2. Atualizar o papel dos docentes, centrando a mudança/ inovação nas práticas pedagógicas consentâneas com as novas formas de aprender. Isto implica valorizar os professores e dar-lhes autonomia para que tomem decisões a nível local.
  3. Diversificar as práticas docentes, apostando na sua formação para a criação de recursos de aprendizagem adequados aos seus alunos e a novos ambientes de aprendizagem.
  4. Alinhar a educação com uma sociedade cada vez mais digital, pois as escolas devem ver a aprendizagem como um processo flexível, aberto e colaborativo que pode acontecer em qualquer parte, enriquecida com a tecnologia digital.

Veja-se a este propósito o modelo de aprendizagem inteligente do sistema educativo finlandês:

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Clicar na imagem para a ampliar

 

Esta nova forma de ver e fazer educação implica uma rutura com a configuração tradicional da aula, gerida por um professor que controla o processo de ensino e aprendizagem. Os novos ambientes educativos devem promover a participação ativa dos estudantes na sua aprendizagem. O papel do professor é criar esses ambientes, discutindo os objetivos de aprendizagem com os estudantes e mostrando-lhes que são eles próprios que determinam a qualidade da sua aprendizagem.

A cultura organizacional da escola tem um papel importantíssimo para esta alteração de práticas. Colaborativamente, os professores devem desenhar estes ambientes de aprendizagem inteligentes, nomeadamente as metodologias a implementar e as ferramentas a utilizar, sem esquecer a importância de uma gestão adequada dos ambientes físico e virtual.

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Clicar na imagem para a ampliar

 

A avaliação, vista como elemento integrante de todo o processo, é fundamental, sendo o e-portefólio uma ferramenta poderosíssima, não só a  para a aprendizagem mas também para a avaliação.

O Biblio Tubers já disponibilizou um guia, dividido em três partes, sobre e-portefólios.

As cinco experiências apresentadas no documento mostram que a tecnologia pode ter um grande impacto nos processos de aprendizagem dos indivíduos e das sociedades, contudo, esta alteração só acontece se os líderes acreditarem nessa transformação, o que implica a tomada de decisões a nível local e não central.

 

Nota: As figuras apresentadas encontram-se no documento original aqui analisado. 

 

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Ler e escrever na e para a web

O que devemos saber

Julho 17, 2020

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Vários são os investigadores que se têm debruçado sobre os novos hábitos de leitura e escrita, decorrentes da omnipresença do mundo digital. Um dos resultados mais consistente, e que traz informação importante para quem comunica na web é que a leitura raramente se faz de forma linear (palavra a palavra, linha a linha), mas sim na diagonal.

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Imagem de mohamed Hassan por Pixabay

 

São, fundamentalmente, dois os tipos de leitura que mais se praticam na web:

  1. Scanning, a forma de leitura prática e objetiva, que praticamos quando precisamos de encontrar uma informação específica num texto que aborda diversos assuntos.
  2. Skimming é outra técnica de leitura, também muito usada, um tanto mais complexa que o scanning, mas igualmente prática, eficiente e objetiva. A diferença entre os dois é que no skimming não procuramos apenas palavras ou tópicos específicos, mas, sim, informações importantes presentes em todo o texto.

Esta realidade, apesar de assustadora para alguns, mais conservadores,  não pode deixar de (n)os levar a debruçar sobre as novas formas de apreender a informação e de "procurar" o que de facto (n)os interessa.

Ora isto, desafia-(n)os a mudar a forma como escrevem(os), para comunicarmos melhor, na web.

Para além disso, esta capacidade de percorrer o texto, na web, em busca do que é essencial, é cada vez mais uma competência necessária, pois fomenta o espírito crítico e a capacidade de tomar decisões fundamentadas.

Podemos lamentar, tentar adiar o inadiável, tapar o sol com a peneira, mas o facto é que temos de nos adaptar e aprender a escrever e a ler na web.

Nesse sentido,temos de tornar o texto atrativo, conciso e claro (preciso). O parágrafo mais importante é o primeiro, pois é o que capta a atenção do leitor.

Os estudos que têm sido feitos nesta área apontam para algumas caraterísticas que os leitores da web procuram e que facilitam a leitura:

  •  Criar títulos e subtítulos claros que espelhem o conteúdo do texto.
  • Destacar expressões (ou palavras) chave, para chamar a atenção e orientar a leitura. 
  • Incluir links, caixas de texto, palavras em negrito.
  • Criar listas e esquemas.
  • Inserir tabelas com a organização da informação.
  • Selecionar imagens que falem por si, que chamem a atenção e "agucem" a curiosidade do leitor.
  • Evitar generalizações e afirmações vagas e, sempre que possível, mostrar exemplos claros.
  • Facilitar uma leitura "scanning" do seu texto (utilize palavras destacadas, listas, espaços a separar a informação).
  • Incorporar elementos multimédia.
  • Estimular a vontade de ler (mais), por exemplo através da divisão do conteúdo do artigo em partes, em capítulos ou episódios que vão sendo publicados ao longo do tempo, com regularidade.

Nota: Não esquecer que não estamos a escrever no papel, pelo que temos a possibilidade permanente de alterar/atualizar o texto. Logo, deve priveligiar-se a atualidade, e por isso, podemos e devemos, sempre, melhorar, alterar, acrescentar a informação, à posteriori.

 

Bibliografia: 

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Aprender a Ser, a Ler!

A biblioteca no E@D do AE de Nisa

Julho 16, 2020

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Photo by Senjuti Kundu on Unsplash

 

O Projeto "Ser a Ler", implementado pelo segundo ano consecutivo no 1º ciclo do ensino básico do AE de Nisa, tem por objetivo formar leitores competentes, ajudando cada criança a compreender as palavras, o seu contexto, a ler textos,  a dar-lhe sentido mas também a partilhar as leituras com os seus pares com recurso a atividades de pesquisa, escrita lúdica, expressão plástica, dramática, musical...

Desenvolvido pela Biblioteca Escolar, o Projeto “Ser a Ler” resulta de um trabalho de articulação com as professoras titulares, respondendo à necessidade de dinamizar a leitura como medida de promoção da melhoria do sucesso escolar. Os alunos dos diferentes anos de escolaridade ampliam os seus interesses, partilham obras muito diferentes entre si – géneros, temas, autores, ilustradores, em sintonia com os objetivos definidos nas Metas Curriculares para o 1º ciclo do ensino básico.

O Projeto “Ser a Ler” valoriza o hábito da leitura como condição de Cidadania, de encontro consigo mesmo e com os outros, lendo em conjunto, refletindo sobre comportamentos e valores, indo ao encontro dos objetivos da componente de Cidadania e Desenvolvimento, respeitando a sua transversalidade.

***

Com a imperiosa necessidade de implementação do Ensino a Distância o “Ser a Ler” lançou desafios de que resultaram imagens memoráveis!

“Formiguinha descalça”, de Matilde Rosa Araújo:

Os alunos do 4º ano, das turmas A e B, declamaram os versos deste poema. Em pijama, na sala, no jardim, em pleno campo… Simularam leituras ensonadas…  alegres… enfadadas…  enfim!... veja o resultado abaixo:

4º A:

4º B:

Pela equipa da biblioteca escolar: Fátima Dias e Maria João Biscaia

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Da aula tradicional aos ambientes educativos inovadores

A escola em modo presencial e virtual | pistas

Julho 16, 2020

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As escolas estão a preparar o próximo ano letivo e a delinear planos para as modalidades de ensino presencial, misto e a distância. Independentemente da modalidade, as escolas não podem perder a oportunidade de implementar mudanças de fundo, com recurso ao digital, e de criar cenários de aprendizagem inovadores, capazes de responder a diferentes ritmos e estilos de aprendizagem dos alunos.

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Photo by Sushobhan Badhai on Unsplash

 

José Ángel Plaza, no artigo "Del ´aula huevera´a la hiperaula", publicado na revista Retina de junho de 2020, apresenta propostas de ensino híbrido, que implicam alterações de tempo, espaço e relação entre os atores educativos.

O Biblio Tubers deixa aqui as grandes linhas deste artigo que poderá apontar soluções interessantes para as escolas que querem inovar.

O autor reforça a ideia de que devemos manter as boas práticas do ensino a distância a que fomos "obrigados", no fim do ano letivo transato, e fazer a ponte, para garantir que não se verifica uma desconexão do processo de aprendizagem, sobretudo quando o ensino está a necessitar de uma verdadeira transformação.

Para isso, o professor deve desenhar novos cenários, experiências e trajetos de aprendizagem que ensinem os alunos a movimentarem-se na informação abundante a que têm acesso e a encontrar aí utilidade.

A aposta mais acertada é o ensino híbrido - uma mistura de educação presencial e virtual, pois, tal como refere Fernández Enguita, a chave para esta mudança é saber aproveitar a tecnologia material e as tecnologias sociais que se desenvolvem sobre ela (redes, grupos colaborativos, cooperação entre pessoas, para organizar um "contexto de aprendizagem mais útil, eficaz e eficiente").

A hiperaula (em Portugal utilizamos o conceito de ambientes educativos inovadores) prevê a implementação de novos modelos de aprendizagem que implicam a reorganização de espaços, de tempo e das relações entre docentes e estudantes:

  • Hiperespaço - mais amplo, aberto e flexível. Alberga vários professores e estudantes organizados em grupo ou individualmente.
  • Hipermédia - As atividades realizadas recorrem a todo o tipo de suportes e formatos (áudio, vídeo, imagem e texto) e passam com naturalidade do presencial para o virtual, do analógico para o digital.
  • Hiperrealidade - O uso da realidade virtual, aumentada, imersiva, tecnologia 3D, simulações, possibilita uma representação dos conteúdos mais atrativa e fomenta uma maior interação.

 

A multidisciplinaridade e o trabalho colaborativo que estes ambientes híbridos proporcionam, fomentam a autonomia da aprendizagem, o pensamento crítico e o desenvolvimento das competências consentâneas com o perfil do aluno do século XXI.

 

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Ensinar e aprender online | estratégia digital

A complementaridade entre as modalidades síncrona e assíncrona

Julho 13, 2020

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Os desafios da aprendizagem online tornaram-se relevantes no final do ano letivo transato e trouxeram com eles a necessidade de repensar o processo de ensino a distância.

Numas escolas, privilegiaram-se os momentos síncronos, noutras os assíncronos. A avaliação feita pelas escolas mostra que o ideal é tê-los como complementares. Um potencia o outro e os dois otimizam o processo de aprendizagem e os seus resultados.

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Foto de Ali Pazani no Pexels

 

Da experimentação de várias ferramentas, à tentativa de conhecer todos os recursos e de os utilizar com os estudantes, ficou certamente uma certeza: a escolha dos recursos e das ferramentas deve ser sempre pedagógica e a complementaridade de momentos síncronos e assíncronos é imprescindível, diriamos mesmo fundamental para o reforço e a promoção da autonomia dos estudantes.

A tentativa de reproduzir no digital o modelo presencial é, quase sempre, um desastre. Para além de  não colocar o aluno no centro da aprendizagem, não permite que o professor atualize a sua prática pedagógica. 

Neste artigo, o Biblio Tubers vai debruçar-se sobre os elementos a ter em conta em cada uma destas modalidades.

Comecemos pela definição que o Ministério da Educação (ME) dá, nas suas orientações para o próximo ano letivo:

Modalidade assíncrona, "aquela que é desenvolvida em tempo não real, em que os alunos trabalham autonomamente, acedendo a recursos educativos e formativos e a outros materiais curriculares disponibilizados numa plataforma de aprendizagem online, bem como a ferramentas de comunicação que lhes permitem estabelecer interação com os seus pares e docentes, em torno das temáticas em estudo."

Exemplos de atividades: fóruns de discussão, quizzes, vídeos, tutoriais, podcasts, votação, documentos digitais, ...

Modalidade síncrona, "aquela que é desenvolvida em tempo real e que permite aos alunos interagirem online com os seus docentes e com os seus pares para participarem nas atividades letivas, esclarecerem as suas dúvidas ou questões e apresentarem trabalhos."

Exemplos de atividades: sala de aula virtual (vídeoconferência), apresentação ao vivo, chat, mensagens instantâneas, webinar, ...

Algumas das atividades poderão ser dinamizadas em sessões assíncronas e/ou síncronas, consoante a forma como as utilizamos, pelo que é o objetivo pedagógico que deve ser tido em conta, quando selecionamos a modalidade, um recurso, ou uma ferramenta.

De facto, vários são os estudos (Sitzman et all, 2006) que mostram que o ensino híbrido tem resultados mais eficazes na aprendizagem dos estudantes, pois tiram partido do ritmo individual de cada um, associando-lhe as potencialidades da interação social que a modalidade síncrona permite.

Dadas as características das sessões síncronas, estas devem ser reservadas para momentos em que a interação com os alunos seja importante. Contudo, que não se descure a importância do feedback regular aos estudantes nas sessões assíncronas, uma vez que nas síncronas este ocorre em tempo real.

Uma nota final para as potencialidades da modalidade assíncrona que, para além da flexibilidade (tempo, local, diversidade de recursos, ...), favorece aprendizagens mais efetivas, pois os alunos têm mais tempo para processar a informação (aprender novos conteúdos, integrá-los e aplicá-los), para praticar e melhorar, com base no feedback que o professor irá dando.

Para isso, os docentes podem utilizar as seguintes atividades, no modelo assíncrono, assegurando uma aprendizagem efetiva  (adaptado de Dunlap e Stouppe, 2007):

  • Aprender/ Conhecer

Apresentação de diapositivos com voz, podcasts, vídeos, tutoriais, links para sites certificados, exercícios variados que permitam feedback.

  • Integrar

Animações, demonstrações, perguntas e respostas, discussões, mapas de conceitos, testes.

  • Aplicar

Excercícios que implicam a tomada de posição, estudos de caso, simulações, resolução de problemas, projetos, tarefas complexas.

 

Bibliografia:

Dunlap, J. C., Sobel, D. & Sands, D. I. (2007). Designing for deep and meaningful student-to-content interactions. TechTrends, 51(4), 20-31.

Shank, P. (2020). (The Right) Learning Modalities To Deliver Digital Learning: Part 1 - eLearning Industry. Retrieved 13 July 2020, from https://elearningindustry.com/asynchronous-and-synchronous-modalities-deliver-digital-learning.

Sitzmann, Traci & Kraiger, Kurt & Stewart, David & Wisher, Robert. (2006). The comparative effectiveness of Web-based and classroom instruction: A meta-analysis. Personnel Psychology. 59. 623 - 664. 10.1111/j.1744-6570.2006.00049.x.

 

 

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Colaborar para aprender | Cenários para 2020/21

Desenhar um programa de tutorias e mentorias

Julho 09, 2020

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As escolas estão a preparar o início do próximo ano letivo e com ele a criar planos de ação capazes de se adequarem a diferentes cenários. Um dos documentos pedagógicos a criar é o programa de tutorias e mentorias. A este propósito consulte o post Orientações do ME para o ano letivo 2020/2021 | O papel das tutorias e mentorias.

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Photo by Sebastian Pichler on Unsplash

 

A pirâmide da aprendizagem (William Glasser, 1998)  mostra-nos de forma clara que aprendemos melhor quando ensinamos algo a alguém. Se associarmos a este facto a importância da diferenciação pedagógica e da motivação, talvez tenhamos descoberto um caminho que permitirá a melhoria das aprendizagens dos estudantes.

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De facto, os alunos com mais dificuldades de aprendizagem, mais desmotivados ou até com problemas de comportamento necessitam de um olhar diferente e de uma resposta diferenciada e individualizada.

A orientação do Ministério da Educação (ME) para a criação de programas de mentoria e tutoria poderá ser uma ação de sucesso que as escolas não deverão descurar.

O tutor/ mentor é um facilitador de aprendizagens. Este papel pode ser desempenhado por um professor, ou um aluno. De acordo com as orientações, um tutor será um professor e um mentor, um aluno.

O programa de tutorias e mentorias visa incrementar o envolvimento dos alunos nas atividades educativas, e deve ser visto como uma medida preventiva. A sua avaliação deve ser feita de forma sistemática, para que o acompanhamento seja eficaz.

O acompanhamento dos alunos poderá ser feito em várias áreas, por exemplo:

- Métodos de estudo 

- Leitura e escrita

- Relação com o(s) outro(s)

- Áreas disciplinares 

- Literacias

Uma vez que se pretende fomentar a autonomia dos alunos, é importante que este seja confrontado com vários métodos de estudo e que aprenda a autoavaliar o seu desempenho. Uma das estratégias interessantes a desenvolver, no início do programa de tutoria /mentoria é a identificação do estilo de aprendizagem do aluno, para que a estratégia a seguir nas sessões de trabalho seja o mais adequada possível (sugere-se a utilização da teoria das inteligências Múltiplas de Gardner, 1998).

O desenho destes programas deve ser visto de forma integrada, podendo ser seguida a mesma metodologia para a sua criação.

A seleção de um tutor (professor) e/ ou mentor (aluno) deve decorrer do diagnóstico feito, das necessidades identificadas e do perfil de cada um dos intervenientes.

O Biblio Tubers sugere o seguinte ciclo para o programa de tutorias/ mentorias:

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O desenho destes programas deve ser simples e claro, preferencialmente em suporte digital para facilitar a sua atualização e partilha. Os documento de trabalho a criar para cada uma das etapas do ciclo devem ser disponibilizados online para facilitar o seu acesso, consulta, utilização e eventual alteração (Recursos Educativos Abertos). Deve ser evitado o formato PDF pelo tempo que demora a tornar editável.

Dessa forma os responsáveis pelo programa, bem como os diretores de turma e professores dos alunos envolvidos saberão em tempo real o trabalho realizado e a avaliação feita. Para além disso, poderão sugerir propostas de atividades ou de recursos, tendo em conta a evolução dos alunos.

 

Bibliografia:

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Orientações do ME para o ano letivo 2020/2021 | O papel das tutorias e mentorias

A centralidade do trabalho colaborativo

Julho 08, 2020

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Photo by Tadeusz Lakota on Unsplash

 

As orientações emanadas do  Ministério da Educação, no passado dia 3 de julho, relativas à organização do ano letivo 2020/2021 apontam para a implementação de planos capazes de fazer face aos diversos cenários que possam vir a ocorrer, face à pandemia da doença Covid-19.

Estes cenários implicam a criação de documentos orientadores que devem ter em conta os seguintes regimes:

 

1. Presencial - Apesar de alunos e docentes estarem fisicamente no mesmo local, devem ser criadas atividades mobilizadoras do trabalho autónomo dos estudantes, preferencialmente com recurso às plataformas LMS já utilizadas em plena pandemia.

As práticas pedagógicas em regime presencial deverão contemplar a criação de grupos de trabalho, organizados de acordo com objetivos pedagógicos ou necessidades educativas dos alunos. Desta forma, o professor promove a autonomia dos estudantes, acompanhando os que mais necessitam.

O modelo de sala de aula invertida adequa-se a esta mudança de práticas e a biblioteca escolar poderá contribuir com recursos, atividades e conteúdos.

 

2. Misto - Este modelo combina atividades presenciais com sessões síncronas e trabalho autónomo.

As propostas deixadas no artigo "De que se fala quando se fala de Ensino Híbrido?" apontam caminhos para uma efetiva implementação do regime misto, que implica, por parte dos docentes, uma integração do digital em contexto educativo (a este propósito veja-se o artigo Ideias para um modelo híbrido de ensino).

 

3. Não presencial - O processo de ensino e aprendizagem ocorre em ambiente virtual, com separação física entre docentes e estudantes.

A experiência do ensino a distância no ano letivo 2019/ 2020 deve ser o ponto de partida para este regime, o que implica avaliar. Esta avaliação deve centrar-se no processo, para assim permitir uma mudança efetiva e tão necessária:

  • Que práticas foram implementadas e que mudanças provocaram?
  • Destas práticas quais se devem manter?
  • Como foi a a interação com os diferentes atores educativos? E qual o seu feedback?
  • A infraestrutura tecnológica foi suficiente?
  • As aprendizagens foram avaliadas? Como? Com que resultados?
  • ...

Para isso, cada escola deve criar planos de ação concretos, simples e exequíveis, onde se defina claramente o tempo, a comunicação e a tecnologia. [Consulte o artigo Ensino remoto OU Ensino online?]

O professor é incontornável na mudança de práticas que estes planos de ação exigem, não só pela experiência adquirida através dos últimos meses, mas sobretudo porque é o profissional mais qualificado.

A plataforma Impuls educació aponta dez aspetos a ter em conta no próximo ano letivo:

  1. Preparar-se, definindo protocolos de segurança.
  2. Aprender com a experiência, refletindo sobre o que funcionou bem e o que é preciso melhorar.
  3. Promover uma liderança partilhada, de forma a assegurar o compromisso de todos os profissionais, tirando partido do potencial de cada um.
  4. Implementar um sistema de comunicação eficaz que faça chegar a informação necessária e de forma atempada a todos os elementos da comunidade eucativa.
  5. Avaliar necessidades para assegurar a equidade e evitar o aumento das diferenças entre os estudantes.
  6. Manter um modelo de ensino misto, que facilita uma nova normalidade, contribui de forma significativa para a melhoria da qualidade educativa e prepara as escolas para a incerteza do futuro.
  7. Assegurar o desenvolvimento profissional dos docentes, fomentando a inovação educativa, com recurso ao digital.
  8. Diversificar metodologias e avaliação, com destaque para as metodologias ativas e estratégias de avaliação formativa.
  9. Desenvolver um currículo por competências, capaz de promover a aprendizagem ao longo da vida e a autonomia. 
  10. Inovar, nos canais, nos recursos e no tempo, criando uma verdadeira cultura de inovação.

 

Nesse sentido e, face à provável instabilidade do próximo ano letivo, o trabalho colaborativo entre docentes é fundamental para a planificação, implementação e monitorização destes planos de ação. A criação e/ou disponibilização de conteúdos digitais deve ser feita com base em critérios de qualidade, adequação e facilidade de utilização, pelo que a curadoria de conteúdos deve ser uma prática a disseminar.

Uma das respostas que o Ministério da Educação encontrou para assegurar uma aprendizagem o mais personalizada possível foi a implementação de programas de  tutoria e mentoria, para assegurar a promoção, acompanhamento, consolidação e recuperação das aprendizagens

"O modo de funcionamento das tutorias é definido pela escola, sendo o acompanhamento dos alunos realizado pelo professor tutor, em estreita ligação com o respetivo conselho de turma, em articulação com o programa de mentorias."

O programa de mentorias visa estimular o relacionamento interpessoal e a cooperação entre alunos. "Este programa identifica os alunos que, em cada escola, se disponibilizam para apoiar os seus pares acompanhando-os, designadamente, no desenvolvimento das aprendizagens, esclarecimento de dúvidas, na integração escolar, na preparação para os momentos de avaliação e em outras atividades conducentes à melhoria dos resultados escolares."

O Biblio Tubers disponibiliza um post sobre estes programas:

Programa de tutorias

Estes programas terão uma vertente presencial e online para melhor se adequarem a cada um dos três regimes previstos para o próximo ano letivo.

 

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Cenários de aprendizagem inovadores | Mudar práticas

Os Dispositivos Móveis na Promoção do Sucesso Escolar

Julho 04, 2020

A escola encontra-se numa encruzilhada e tem de encontrar novas formas de se reinventar.

Os últimos tempos permitiram experienciar novos percursos, quase sempre a distância, onde as ferramentas digitais ocuparam um lugar de relevo. Contudo, esta alteração nas práticas pedagógicas só será efetiva se houver uma mudança da cultura de escola, que permita inovar de forma endógena, isto é que seja adotada pelos professores, que deverão encarar a tecnologia como um recurso e não como um fim em si.

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Photo by Vladimir Fedotov on Unsplash

 

As duas propostas que aqui deixamos, criadas por grupos de professores em contexto formativo, não são receitas, pelo contrário, apontam caminhos possíveis, para que cada professor escolha o seu, adequando-o às necessidades dos seus alunos, ao seu perfil de docente e aos objetivos de aprendizagem que pretende alcançar.

Através desta partilha de boas práticas, o Biblio Tubers espera contribuir para a criação de uma rede de aprendizagem que permitirá aos docentes autoformarem-se e manterem-se permanentemente atualizados.

Ficam para consulta os dois cenários de aprendizagem criados (Cenário1 | Cenário 2) e convidamo-lo(a) a visualizar as apresentações dos grupos, constituídos por Ana Bispo, Genoveva Belona, Fernanda Calha, Paula Pio (grupo I), e Dina Faustino, Eunice Serra, Raquel Gouveia e Sílvia Serrano (grupo II), no âmbito da ação de formação "Os Dispositivos Móveis na Promoção do Sucesso Escolar", dinamizado no Centro de Formação Prof´Sor.

Grupo 1:

 

Grupo 2:

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