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Biblio Tubers

Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

Biblio Tubers

Pensamos a escola como sistema aberto, capaz de refletir a sociedade e de responder aos desafios contemporâneos. Acreditamos no poder da partilha e das redes.

Tendências para 2020 | repositórios de recursos educativos abertos (REA)

Impacto na notoriedade das organizações educativas e no ciclo de aprendizagem

Dezembro 23, 2019

 

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Recursos educativos abertos (REA) são conteúdos educativos de acesso livre e gratuito que podem ser utilizados para ensinar, aprender, investigar, entre outros propósitos. Esta definição da Creative Commons segue a mesma filosofia das propostas pela UNESCO e pela OCDE, sendo o denominador comum:

  • os destinatários - alunos e professores;
  • os objetivos - ensinar, aprender e investigar;
  • os materiais/ conteúdos educativos - textos, vídeos, testes, software, ferramentas para acesso ao conhecimento, entre outros.

 

Dada a importância dos REA, o Biblio Tubers aposta nesta tendência para o ano 2020 e insta as organizações educativas, escolas, bibliotecas, professores, investigadores a apostarem na criação e disseminação destes repositórios digitais, dado o impacto que têm na visibilidade que atribuem ao conhecimento e às entidades que o promovem, bem como os benefícios associados ao processo de ensino e de aprendizagem.

 Inúmeros são os estudos que mostram os benefícios dos REA:

  • Alargar a audiência das instituições, valorizando o trabalho que aí é feito;
  • Maximizar a visibilidade e o impacto do trabalho realizado pela instituição;
  • Divulgar o capital humano de uma comunidade educativa;
  • Coligir e fazer a curadoria digital do que de melhor se faz nas áreas de estudo;
  • Gerir, avaliar e divulgar as atividades de pesquisa e ensino;
  • Fomentar o trabalho colaborativo e o envolvimento nos projetos da instituição; 
  • Favorecer e incentivar abordagens interdisciplinares;
  • Facilitar o desenvolvimento e a partilha de materiais digitais educativos;
  • Apoiar os alunos, fornecendo acesso a conteúdos de interesse.

 

A aposta na criação de repositórios digitais implica um compromisso da organização, pois é necessário proceder à gestão e disseminação dos recursos digitais criados pelos membros da comunidade, de que são exemplo:

  • Artigos ou pesquisas de interesse para a instituição
  • Periódicos
  • Trabalhos publicados com comentários de leitores
  • Conferências
  • Material didático
  • Projetos de alunos
  • Dados resultantes de projetos de pesquisa
  • Relatórios
  • Fotografias e gravações de vídeo
  • Podcasts
  • Software
  • Documentação técnica
  • Pesquisas etc.

 

Os repositórios digitais tornar-se-ão cada vez mais ferramentas essenciais para as instituições educativas, parecendo-nos mesmo que poderão distinguir as organizações aprendentes e inovadoras das tradicionais. Num mundo em que a Internet dos sentidos* já é uma realidade, o acesso aberto e a disseminação da produção intelectual das organizações educativas será a marca distintiva num mercado cada vez mais competitivo, como é o da educação. 

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*A Internet dos sentidos cria uma experiência ao utilizador que envolve o cérebro, o olfato, a visão, o paladar, o tato e a audição.

 

Imagens by Ericsson ConsumerLab, December 2019.

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As bibliotecas ganham espaços | avaliar para aprender

A avaliação do programa Biblioteca Criativa, na Galiza

Dezembro 22, 2019

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O programa Biblioteca Criativa, com três anos de existência apresenta no artigo abaixo transcrito os avanços, as dificuldades, os erros e as reflexões resultantes da avaliação deste programa que envolveu 79 bibliotecas escolares. Na origem do projeto esteve a necessidade de transformar as bibliotecas escolares para acolherem todo o tipo de atividades que pudessem interessar a alunos, professores e famílias. Pretendeu-se melhorar a comunicação e a expressão oral, o raciocínio lógico, a criatividade, o trabalho colaborativo, a investigação, a aprendizagem manipulativa e o jogo.

O Biblio Tubers tem vindo a publicar artigos nesta área, pelo que o presente relatório se reveste de interesse, apresentando-se, de seguida, os aspetos mais relevantes:

1. Os espaços criados nas bibliotecas (para além dos espaços interiores, foram também criados espaços exteriores, fixos e/ou amovíveis) pretendem reconfigurá-la, levando-a para além do trabalho quase exclusivo com a leitura e criando novos espaços mais consentâneos com as necessidades pedagógicas que pretendem servir contextos capazes de desenvolver competências chave.

  • Rádio
  • Espaço criativo
  • Criação audio-visual
  • Laboratório
  • Cozinha
  • Teatro
  • Música
  • Atelier

 

2. Os materiais adquiridos para os novos espaços permitiram enriquecer as coleções com múltiplos recursos e ferramentas que, acompanhando os livros, ampliam a sua possibilidade de utilização e interação.

  • Robótica
  • Impressão 3D
  • Ecrãs multitácteis
  • Tablets
  • Equipamento audiovisual
  • Equipamento rádio
  • Materiais artísticos
  • Materiais de laboratório
  • Mobiliário específico

 

3. Formação e acompanhamento que se revelaram fundamentais para a implicação da comunidade. De realçar que a comunidade educativa incluiu não só os alunos e professores, mas também a família e o projeto contou com o apoio de inúmeros parceiros.

 

4. O impacto positivo do programa para alunos e professores

  • Os novos recursos despertaram a curiosidade dos alunos, o que permitiu introduzi-los em novas dinâmicas de aprendizagem
  • Os professores incorporaram estes recursos na sua prática diária
  • A aceitação por parte da comunidade educativa de que a biblioteca vai para além da leitura e do silêncio
  • A inclusão progressiva nas tarefas da aula das inúmeras possibilidades oferecidas pela biblioteca
  • Os recursos e o espaço permitem levar a cabo aprendizagens com grande protagonismo e motivação dos alunos
  • A participação no espaço criativo da biblioteca traduz-se em colaboração e trabalho em grupo
  • A igualdade de oportunidades
  • Os professores desenvolvem novas competências
  • A presença em todos os espaços das escolas
  • O apoio ao currículo através das competências que se promovem
  • A ligação com o trabalho por projetos
  • O trabalho colaborativo e entre níveis de ensino

 

Como nota de conclusão, o Biblio Tubers realça a importância atribuida pela equipa coordenadora do programa à avaliação e à criação de estudos e investigações sobre o impacto deste espaço nas aprendizagens.

O mesmo repto se deixa aqui às bibliotecas portuguesas.

bibliotecas_56.jpgAs bibliotecas gañan espazos. Avaliar para aprender
 
“O máis importante non é o feito de avaliar, nin sequera o xeito de facelo, senón ao servizo de quen se fai”.


Entrando xa no cuarto ano de desenvolvemento do programa “Biblioteca Creativa”, considerouse necesaria unha avaliación que permitise coñecer o momento no que se está e as múltiples iniciativas que en cada centro se están a desenvolver ao abeiro do programa. O encontro previsto para o mes de outubro constituíu un contexto ideal para compartir os avances, tamén as dificultades, os logros e as reflexións que están a xurdir.

 

Referências: As bibliotecas gañan espazos. Avaliar para aprender | Eduga. (2019). Edu.xunta.gal. Retrieved 22 December 2019, from http://www.edu.xunta.gal/eduga/1832/biblioteca-escolar/bibliotecas-ganan-espazos-avaliar-para-aprender

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Avaliar | Literacia na era digital | parte II

Explorar e envolver-se de forma crítica, utilizando diferentes tipos de textos e ferramentas

Dezembro 22, 2019

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O Biblio Tubers apresenta agora a segunda parte da proposta de avaliação da literacia digital, (NCTE).

Os alunos têm acesso a uma ampla variedade de textos e ferramentas. Envolvem-se com muitos textos multimodais nas suas vidas diárias por vários motivos. Esses textos não fornecem apenas aos alunos novas informações, mas também permitem ver o nosso mundo de novas maneiras.

Levar os alunos a contactarem e envolverem-se com textos de diferentes formatos, género e media, proporciona-lhes novas perspetivas e conhecimentos. Conhecer e compreender a diversidade de textos e de ferramentas disponíveis é fundamental para que os alunos sejam capazes de os usar intencionalmente.

Ser alfabetizado digitalmente significa fazer escolhas e usar textos e ferramentas que sirvam o seu propósito. Significa, ainda, pensar os textos e as ferramentas de novas formas.

Este segundo questionário permitirá aos interessados (professores, educadores, alunos, pais...) avaliar ou autoavaliar-se no que diz respeito à competência: Explorar e envolver-se de forma crítica, utilizando diferentes tipos de textos e ferramentas.

À semelhança do que se fez em relação ao primeiro questionário, os profissionais da educação poderão adequar este formulários de avaliação. Para isso basta solicitar-nos o link do formulário para o email: workprogress6@gmail.com

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Avaliar | Literacia na era digital | parte I

Evolução do conceito e propostas para articulação com o currículo e sua avaliação

Dezembro 21, 2019

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As alterações constantes no nosso mundo, em grande parte fruto da evolução da tecnologia, têm implicações em todos os setores da atividade e um impacto muito forte na forma como aprendemos, trabalhamos e nos relacionamos - connosco, com os outros e com a sociedade.

Nesse sentido, o currículo está em constante evolução e, com ele, os conceitos que lhe dão corpo, especialmente o de Literacia.

Este conceito está intrinsecamente ligado à educação e faz parte do currículo universal. A sua atualização e consequente avaliação torna-se, por isso, imprescindível.

O Biblio Tubers, atento a estas questões, traz-lhe em primeiríssima mão a declaração de posição do National Council of Teachers of English (NCTE).

Para facilitar o trabalho aos profissionais da educação vamos, ao ritmo de vários posts, adequar a proposta desta instituição, criando formulários de avaliação, que poderão ser usados livremente por todos. Para isso basta solicitar-nos o link do formulário para o email: workprogress6@gmail.com

Começamos com a competência "Participar de forma eficaz e crítica num mundo em rede".

As fontes de informação utilizadas atualmente são quase totalmente digitais, pelo que é necessário que os alunos saibam participar num mundo em rede. Criar redes de partilha entre pessoas, ideias e informações é essencial para que os nossos alunos sejam consumidores críticos, capazes de saber ser e estar num mundo cada vez mais global.

O primeiro questionário permitirá aos interessados (professores, educadores, alunos, pais...) avaliar ou autoavaliar-se no que diz respeito a esta primeira competência: Participar de forma eficaz e crítica num mundo em rede.

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O ADN de uma Biblioteca

Identidade digital... procura-se!

Dezembro 14, 2019

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Uma biblioteca de ADN representa todos os genes de um organismo.

Esta definição aplica-se a diferentes organizações, sendo até usual ouvir falar do ADN da empresa A ou da empresa B. A razão é clara! Este ADN representa a especificidade de cada entidade, o que a distingue de todas as outras e que lhe atribui valor acrescentado. Quanto mais conhecermos o ADN da nossa organização, mais valor lhe atribuímos...  em notoriedade, reconhecimento, singularidade.

O agrupamento de escolas, enquanto organismo vivo, que se cria e recria na comunidade em que está inserido, tem também um ADN muito próprio. Cabe aos responsáveis identificar e decompor este ADN, isto é  conhecer a "coleção de fragmentos" que o constituem, para se poder trabalhar a partir dele, com ele e para ele.  Em suma, cada escola deve conhecer muito bem a comunidade que serve.

Se extrapolarmos esta noção para a sociedade em que vivemos, percebemos que esta notoriedade só se alcança através da presença no mundo digital, fruto da rede de contactos que potencializa e maximiza uma presença que se quer cada vez mais impactante no "organismo" que serve. 

As bibliotecas escolares são exemplo deste organismo que vive e se alimenta da e na Web.

Quanto maior for a presença digital de uma biblioteca, maior é a sua notoriedade.

Quando se fala de presença digital, devemos enquadrar esta noção no conceito de identidade digital:

Conjunto de canais (plataformas digitais) que uma biblioteca gere e atualiza regularmente para, de forma interessada e organizada, partilhar uma multiplicidade de informação, conteúdos, recursos e serviços - online e/ ou offline - nas comunidades que serve, nomeadamente professores e alunos, com o fim último de melhorar o ensino e a aprendizagem, em todas as suas vertentes”. (J. Borges, 2018).

Todos nós, individual ou coletivamente, somos a identidade digital que criamos, pelo que se torna fundamental levar as bibliotecas a, partindo da especificidade do seu ADN, procurar a sua identidade digital.

Só assim percebem onde se situam, em relação às respostas que devem dar às comunidades que servem, para definirem a meta que querem alcançar. Não esqueçamos que a missão da biblioteca é a de estar presente onde e quando o utilizador necessita, disponibilizando recursos e permitindo conexões e redes de partilha consentâneas com o ADN do organismo que servem.

Uma última nota para a necessidade de ir avaliando inputs e outputs, pois a escola é um organismo vivo que está em constante mutação e a biblioteca não se pode alhear deste facto, procurando encontrar respostas tão criativas e inovadoras quanto as exigências que enfrenta.

 

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Aprender nos Media | Ativismo

Que implicações tem o ativismo na nossa sociedade?

Dezembro 08, 2019

As redes sociais catapultaram para a ribalta a jovem sueca Greta Thunberg, facto a que os nossos alunos não ficaram, certamente, indiferentes, pelo que o tema do ativismo e a forma como é tratado nos media é um excelente pretexto para trabalhar esta temática, que pode levar os alunos a:

  • Questionarem-se;
  • Questionarem as informações veiculadas nos diferentes media;
  • Pesquisarem informação para distinguirem factos de opiniões;
  • Pensarem de forma crítica;
  • Assumirem posições devidamente fundamentadas;
  • Discutirem temas de relevância social, política, cultural e até económica;
  • Promoverem o debate e a reflexão nas suas escolas / comunidades.

São inúmeras as notícias que podem ser selecionadas pelos professores para trabalharem este tema, contudo o Biblio Tubers gosta de ousar, levando os alunos a contactar com diferentes realidades, visões, pois este confronto pode criar aprendizagens riquíssimas, alargando-lhes os horizontes, a maneira de ver e de se posicionarem perante (e n)o mundo. É por isso que a nossa escolha recai sobre uma crónica que caricaturiza a passagem de Greta por Portugal e o alarido político que provocou, contrastando-a com a personagem do filme de Todd Phillips, Joker.

O texto, pela singularidade da forma como questiona o leitor face à posição que toma perante os factos relatados - "E você, caro leitor, em que mundo está?" -, provoca uma reação quase imediata no leitor, que se vê forçado a uma tomada de posição que só poderá tomar com base em factos que suscitam a reflexão para se encontrar a resposta à questão deixada no final da crónica: "Joker ou Greta, caro leitor?!"

A riqueza do texto, quer na temática, quer nos recursos linguísticos utilizados, pode ser trabalhada de diferentes formas, propondo-se aqui a que se descreve no infográfico e que será também apresentada no podcast.

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Clique na imagem para a ver maior

 

Pode ler na integra, a crónica referida acima, aqui:

Greta versus Joker
Quem venera quem?

As últimas notícias saídas a público sobre as reações do poder político a propósito da vinda de Greta a Portugal parecem saídas de um filme.

Sabe, caro leitor, aqueles filmes em que o realizador, sem meios, atores desconhecidos e um guião muito pobre, tem de fazer "render o peixe"?

Este é o caso dos nossos políticos que, aproveitando o protagonismo de uma adolescente que se tornou viral por todo o mundo, não perde a oportunidade de se lhe colar, pouco preocupado com as questões ambientais, mas muito mais com a notoriedade que tal visita lhes poderá trazer.

Este é o lado cor de rosa, caro leitor!

Depois, temos o dark side, o mundo dos oprimidos, mal tratados, ignorados, espezinhados, usados e gozados. O mundo que é tão bem retratado no fantástico filme de Todd Phillips, Joker.

E você, caro leitor, em que mundo está?

O mundo em que os problemas que se vivem atualmente se esfumam, para se "brincar" ao ativismo, bem patente na carta que o ministro do ambiente português escreveu à ativista “Querida Greta, obrigada pelo teu ativismo"  e largamente alimentado pelos media:

Ou, o mundo real? O do suor! O da lágrima! O da dor! O do desespero de quem é esquecido, tal como retratado no Joker:

Tal como o Joker, face ao mundo em que vivemos, quase duvidamos da nossa própria existência, num sistema cada vez mais falido em que a normalidade é o aceitar da anormalidade.

Afinal, "somos todos palhaços!" como diz o Joker

PS. Fónix! É demais para ser verdade! Afinal quem são os palhaços? Os que aceitam rindo? Os que não têm capacidade para reagir? Os Trump deste mundo, decisores que estão um pouco por todo o lado?

Joker ou Greta, caro leitor?!

 

 

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